São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2004

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VENDAS

Segundo pesquisa, menos pessoas dizem que não devem adquirir bens duráveis neste trimestre em relação a janeiro-março

Mais consumidores pretendem comprar

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais pessoas pretendem voltar a gastar com bens duráveis nos próximos meses. Entre 408 pessoas entrevistadas em São Paulo em março, 224 (ou 54,9%) disseram que não devem adquirir bens duráveis de abril a junho de 2004. As duas pesquisas anteriores havia apontados taxas de 56,1% e 55,4%, respectivamente.
Os dados são do Provar, instituto ligado à USP (Universidade de São Paulo) que estuda varejo e consumo. Fazem parte do estudo itens como eletrônicos, móveis e celulares, entre outros.
A expectativa de consumo dos entrevistados cresceu na maior parte dos setores. É o caso de linha branca, eletroeletrônicos, materiais de construção, informática, foto e ótica e móveis. Ou seja, em seis dos nove segmentos ouvidos.
Essa alta foi verificada nas comparações dos dados de abril a junho de 2004 em relação aos dois trimestres anteriores
"São dados positivos, por um lado, mas que não sabemos ainda se vão se manter ou não", diz João Paulo Siqueira, coordenador de pesquisas e cursos do Provar.
As expectativas dos consumidores quanto aos futuros gastos não são o melhor indicador para tentar medir o termômetro real de vendas do comércio, entretanto.
O próprio Provar admite que se trata de uma tentativa de verificar a tendência no comportamento dos consumidores. Logo, essa alta na taxa de interessados em comprar móveis e eletrônicos precisa ser analisada com cautela.
Exemplo: o número de pessoas que diziam não pretender comprar bens duráveis de janeiro a março deste ano chegou a 56%. A taxa é superior ao apurado em igual período de 2000, 2001 e 2003.
Mas dados do IBGE mostram que em janeiro houve alta nas vendas do comércio no país -elevação de 6% sobre 2003.
Na prática, essa taxa positiva foi registrada após um período tenebroso para o setor: pela primeira vez na história do varejo brasileiro, os resultados no volume de vendas foram negativos por 12 meses seguidos -de dezembro de 2002 a novembro de 2003.
As vendas do varejo amargaram queda de 3,68% em 2003. Foi a maior redução desde o início da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), realizada pelo IBGE a partir de 2001. Em 2002, as vendas diminuíram 0,69%. Em 2001, a retração foi de 1,57%.
Para Siqueira, ainda é cedo para falar em tendência para os próximos meses porque qualquer análise esbarra em indicadores econômicos que mostram retração na renda do trabalhador.
Pesquisas mostram altas recordes no desemprego (a taxa subiu de 11,7% em janeiro para 12% em fevereiro, segundo o IBGE) e renda média em queda (baixa de 5,7% em fevereiro na comparação com fevereiro de 2003) e isso reduz o poder de compra.

Gastos na internet
No levantamento apresentado ontem pelo Provar, ainda foi incluída uma pesquisa sobre gastos da população na internet. Foram ouvidas 1.854 pessoas na cidade de São Paulo. Entre os ouvidos, a maior parte (74%) ainda pretende gastar com itens de baixo valor unitário, como CDs.
Em segundo lugar na preferência aparecem os eletroeletrônicos (35,9%) e o setor de linha branca, com 31,6% (setor que inclui produtos como geladeiras e freezers, entre outros). Esses, entretanto, têm maior valor agregado.


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