|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VENDAS
Segundo pesquisa, menos pessoas dizem que não devem adquirir bens duráveis neste trimestre em relação a janeiro-março
Mais consumidores pretendem comprar
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais pessoas pretendem voltar
a gastar com bens duráveis nos
próximos meses. Entre 408 pessoas entrevistadas em São Paulo
em março, 224 (ou 54,9%) disseram que não devem adquirir bens
duráveis de abril a junho de 2004.
As duas pesquisas anteriores havia apontados taxas de 56,1% e
55,4%, respectivamente.
Os dados são do Provar, instituto ligado à USP (Universidade de
São Paulo) que estuda varejo e
consumo. Fazem parte do estudo
itens como eletrônicos, móveis e
celulares, entre outros.
A expectativa de consumo dos
entrevistados cresceu na maior
parte dos setores. É o caso de linha
branca, eletroeletrônicos, materiais de construção, informática,
foto e ótica e móveis. Ou seja, em
seis dos nove segmentos ouvidos.
Essa alta foi verificada nas comparações dos dados de abril a junho de 2004 em relação aos dois
trimestres anteriores
"São dados positivos, por um lado, mas que não sabemos ainda se
vão se manter ou não", diz João
Paulo Siqueira, coordenador de
pesquisas e cursos do Provar.
As expectativas dos consumidores quanto aos futuros gastos não
são o melhor indicador para tentar medir o termômetro real de
vendas do comércio, entretanto.
O próprio Provar admite que se
trata de uma tentativa de verificar
a tendência no comportamento
dos consumidores. Logo, essa alta
na taxa de interessados em comprar móveis e eletrônicos precisa
ser analisada com cautela.
Exemplo: o número de pessoas
que diziam não pretender comprar bens duráveis de janeiro a
março deste ano chegou a 56%. A
taxa é superior ao apurado em
igual período de 2000, 2001 e 2003.
Mas dados do IBGE mostram
que em janeiro houve alta nas
vendas do comércio no país
-elevação de 6% sobre 2003.
Na prática, essa taxa positiva foi
registrada após um período tenebroso para o setor: pela primeira
vez na história do varejo brasileiro, os resultados no volume de
vendas foram negativos por 12
meses seguidos -de dezembro
de 2002 a novembro de 2003.
As vendas do varejo amargaram
queda de 3,68% em 2003. Foi a
maior redução desde o início da
PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), realizada pelo IBGE a
partir de 2001. Em 2002, as vendas
diminuíram 0,69%. Em 2001, a retração foi de 1,57%.
Para Siqueira, ainda é cedo para
falar em tendência para os próximos meses porque qualquer análise esbarra em indicadores econômicos que mostram retração
na renda do trabalhador.
Pesquisas mostram altas recordes no desemprego (a taxa subiu
de 11,7% em janeiro para 12% em
fevereiro, segundo o IBGE) e renda média em queda (baixa de
5,7% em fevereiro na comparação
com fevereiro de 2003) e isso reduz o poder de compra.
Gastos na internet
No levantamento apresentado
ontem pelo Provar, ainda foi incluída uma pesquisa sobre gastos
da população na internet. Foram
ouvidas 1.854 pessoas na cidade
de São Paulo. Entre os ouvidos, a
maior parte (74%) ainda pretende
gastar com itens de baixo valor
unitário, como CDs.
Em segundo lugar na preferência aparecem os eletroeletrônicos
(35,9%) e o setor de linha branca,
com 31,6% (setor que inclui produtos como geladeiras e freezers,
entre outros). Esses, entretanto,
têm maior valor agregado.
Texto Anterior: Legislação: Lei de Falências pode criar limites para o pagamento de empregados Próximo Texto: Frase Índice
|