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CAPITALISMO VERMELHO
BC aperta política monetária para esfriar a economia
China aumenta depósito compulsório
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O banco central da China anunciou ontem o aumento de meio
ponto percentual nas reservas exigidas dos bancos do país, na tentativa de diminuir o volume de dinheiro em circulação na economia e reduzir o ritmo de expansão
da atividade industrial, que teve
alta de 19,4% em março.
A decisão foi adotada no fim de
semana em reunião do Conselho
de Estado, o gabinete chinês, já
que o BC não tem autonomia. A
medida elevará de 7% para 7,5% o
percentual dos depósitos que os
bancos são obrigados a deixar
imobilizados no BC, o que vai tirar cerca de US$ 13 bilhões de circulação. Com isso, os bancos terão menos dinheiro para emprestar a seus clientes.
No Brasil, o BC recolhe 53% dos
depósitos em conta corrente (à
vista). No caso dos depósitos em
poupança, são recolhidos 30%.
Segundo o "Diário do Povo",
órgão oficial do Partido Comunista, o risco de superaquecimento da economia chinesa foi um
dos pontos da reunião do Conselho de Estado, presidida pelo primeiro-ministro, Wen Jiabao.
Vários analistas acreditam que
o nível de investimentos na China
esteja superdimensionado, o que
pode provocar excesso de capacidade em determinados setores,
trazer pressões inflacionárias e levar a crises na geração de energia.
Nos dois primeiros meses deste
ano, o volume de investimentos
cresceu 50%, depois de ter tido alta de quase 30% em 2003, para
US$ 667 bilhões.
Em uma nota oficial divulgada
ontem, o BC afirmou que o aumento de meio ponto percentual
nas reservas mínimas tem por objetivo "prevenir o crescimento
descontrolado de dinheiro e crédito e manter a expansão da economia nacional em um caminho
estável, rápido e saudável".
De acordo com a nota, as reservas das instituições financeiras
são hoje de US$ 251 bilhões. O aumento de 7% para 7,5% será aplicado aos quatro grandes bancos
estatais e a outras 111 instituições
financeiras. Centenas de pequenas cooperativas de crédito continuarão com os 6% a que estão sujeitas atualmente.
O PIB chinês cresceu no ano
passado em 9,1%, e o governo
pretende reduzir o índice para 7%
em 2004. Mas os indicadores
mostram que a economia caminha para uma expansão mais
acentuada. Integrantes do governo acreditam que o PIB possa encerrar o primeiro semestre com
crescimento de dois dígitos.
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