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AGROFOLHA
CLIMA
Perdas são estimadas em R$ 4 bi, afetando soja, arroz, milho e banana; Fetag prevê corte de 4.500 vagas temporárias
Estiagem destrói culturas e empregos no RS
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Além dos prejuízos já calculados em R$ 4 bilhões e de uma quebra estimada em mais de 30% na
colheita de soja, as perdas causadas pela estiagem nas lavouras
gaúchas estão provocando, também, desemprego no campo.
Segundo a Fetag (Federação dos
Trabalhadores na Agricultura), o
corte já é de aproximadamente
30% nos postos de trabalho temporários oferecidos durante a safra de verão -que inclui também
milho, arroz e outras culturas.
A estimativa da Fetag é que
4.500 vagas já tenham deixado de
ser oferecidas devido aos prejuízos nas lavouras de soja e milho
-especialmente na de soja. Há
reflexos dessa queda na geração
de empregos em zonas urbanas.
As chuvas que atingiram o Rio
Grande do Sul e Santa Catarina
nos últimos dias foram insuficientes até mesmo para atenuar o
quadro de estiagem. A previsão
da meteorologia é de clima seco
novamente para esta semana.
Os problemas para a agricultura
no Rio Grande do Sul devido ao
clima, porém, não se resumem à
estiagem que castiga o Estado.
Por causa do ciclone Catarina,
que atingiu o norte do Rio Grande
do Sul e o sul de Santa Catarina na
semana retrasada, as lavouras de
arroz e as plantações de banana
foram atingidas com força.
Os primeiros levantamentos
elaborados pela Emater indicam
que em Dom Pedro de Alcântara
as perdas nos 650 hectares com a
fruta tenham oscilado de 80% a
90%.
Em Três Cachoeiras, dos 2.600
hectares com banana, os danos alcançam cerca de 10%. Em Torres,
90% dos 167 hectares cultivados
foram perdidos. Na lavoura de arroz, em Torres a perda pode alcançar 40% da área plantada de
1.500 hectares.
Onze municípios do litoral norte gaúcho cultivam banana. Há
3.012 fruticultores, em 11,32 mil
hectares. A produção esperada
era de 118,1 mil toneladas.
Crédito de emergência
O impacto dos fenômenos climáticos para as lavouras de Santa
Catarina é calculado em R$ 435
milhões pela Secretaria da Agricultura do Estado. Foram perdidos cerca de 10% das 6.000 toneladas de grãos produzidas pelo Estado por ano.
Os prejuízos atingiram em
cheio os pequenos produtores do
Estado. Alguns tiveram perdas de
até 40% em suas plantações. O ciclone destruiu lavouras inteiras
de arroz, banana, feijão e milho. A
estiagem, que atinge 135 municípios, afetou a produção de soja,
milho e feijão.
O governo catarinense levou ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma proposta de crédito de
emergência, por seis meses, aos
pequenos agricultores que comprovarem perdas de até 30% em
suas plantações. O auxílio seria de
seis salários mínimos por seis meses. Foi proposto também o prolongamento de prazos de empréstimos. Nesta semana, o ministro
Ciro Gomes (Integração Nacional) visita as regiões afetadas.
Colaborou Jairo Marques,
da Agência Folha
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