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DOCE SAFRA
Aumento deve ser de 2,7% no ano; Estado é maior produtor do país
Colheita de cana deve crescer em SP
AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A colheita da cana-de-açúcar
começou ontem no Estado de São
Paulo de forma tímida, já que a
maioria das usinas só vai iniciar a
moagem no final do mês ou em
maio. A previsão do setor é que a
produção cresça 2,7% em São
Paulo. Na safra anterior, o aumento foi de 7,15%.
A estimativa do setor é que a
produção passe de 227,9 milhões
de toneladas para 234 milhões de
toneladas no Estado, devido à
ampliação da área plantada em
2,1%. São Paulo é o Estado que
mais produz cana no país -é responsável por 60% da produção
brasileira- e o que tem a maior
área de cana plantada (3,4 milhões de hectares ou 68% dos 5
milhões de hectares do Brasil).
Segundo o secretário de Estado
da Agricultura, Antônio Duarte
Nogueira Júnior, 39, apesar de o
aumento não ser grande, o prognóstico, tanto na área plantada
quanto na produção, continua
sendo de crescimento no setor sucroalcooleiro.
"Tivemos nos últimos cinco
anos um aumento de 15% entre
área plantada e produção. Em algumas regiões de São Paulo, como em São José do Rio Preto e
Araçatuba, o crescimento chegou
a 95%", disse o secretário.
No ano passado, a colheita começou, antecipadamente, no dia
31 de março, atendendo ao pedido do governo federal, que temia
a possibilidade de o país sofrer
um desabastecimento de álcool.
Mas, neste ano, o início da colheita está voltando a ser parecido
com o da safra de 2002, que começou em 1º de maio, segundo o diretor técnico da Unica (União da
Agroindústria Canavieira), Antonio de Pádua Rodrigues, 52.
Uma das primeiras usinas a iniciar o processamento da cana foi a
MB, em Morro Agudo (382 km de
SP). A empresa, que tem 1.800
funcionários, prevê uma queda
na produção nesta safra.
"Em razão das condições climáticas [poucas chuvas] e da renovação de canaviais, moeremos um
pouco menos nesta safra", disse o
gerente-geral da MB, José Cirillo,
44. A previsão é produzir 2,2 milhões de toneladas, ante 2,3 milhões na safra anterior.
Preços
Em relação ao ano passado, os
preços do álcool estão baixos. Em
abril de 2003, o litro do álcool anidro valia R$ 1, e o do hidratado,
R$ 0,84. Neste mês, o anidro vale
R$ 0,50 e o hidratado, R$ 0,45. No
início do ano, o preço foi ao patamar mais baixo da história: R$
0,35 o anidro e R$ 0,32 o hidratado. "O que vai determinar o preço
é a oferta do produto, quanto as
empresas vão destinar para a produção de açúcar e para álcool e os
níveis de preços do mercado externo", afirmou Rodrigues, da
Unica.
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