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Elevação externa das commodities deve manter pressão nas cotações neste ano
DA REDAÇÃO
Os preços recordes das commodities no mercado externo
começam a colocar novos produtos na lista de altas dos consumidores brasileiros.
O arroz é um deles. Produto
que necessitou do apoio do governo para a comercialização
na safra passada, está conseguindo uma forte aceleração de
preços internos depois que as
estatísticas começaram a mostrar problemas no abastecimento mundial.
Com isso, o produto brasileiro também tem chance de ganhar o mercado externo em volumes maiores, e as importações uruguaias e argentinas,
tradicionais no país, ficarão
mais caras.
O reflexo foi imediato: alta de
21% em 30 dias no campo, repasse que deve chegar à mesa
dos consumidores nas próximas semanas.
Outro item que deve pesar
mais no bolso dos consumidores neste ano é a carne bovina.
Neste caso, há uma conjugação
de elevação de preços externos
e oferta menor interna de gado.
Os mais recentes dados da
Abiec (Associação Brasileira
das Indústrias Exportadoras de
Carne) indicam que os preços
externos de março eram 32%
superiores aos do mesmo mês
de 2007. A demanda externa
continua aquecida.
Além disso, internamente os
frigoríficos encontram dificuldades para fechar a escala de
abate, o que pressiona os preços. Nesta semana, a arroba
atingiu os R$ 80.
O feijão, líder dos aumentos
nos últimos meses, embora já
comece a cair, ainda não tem
um abastecimento tranqüilo
neste ano, na avaliação do analista Vlamir Brandalizze. A segunda safra foi semeada mais
tarde do que o normal, e o produto fica suscetível a eventuais
problemas climáticos.
O produto pouco depende do
mercado externo, e as previsões de importações da Conab
são de volume pequeno. A disparada de preços ocorreu devido à oferta menor de feijão.
O leite, que entra no período
de entressafra, também tem
pouca influência do mercado
externo, mas os 5% exportados
aliviariam a demanda interna,
na avaliação de Gustavo Beduschi, pesquisador do Cepea
(Centros de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
A mudança de patamar dos
preços do leite nos últimos
anos ocorre devido à recuperação da economia e à maior demanda interna, mesmo com a
maior oferta de produto.
A alta interna nos preços dos
grãos, empurrada pela evolução externa, pesou também nos
custos de produção das carnes
suína e de frango.
Os consumidores devem se
preparar também para o peso
dos óleos comestíveis. O de soja, líder de vendas no mercado
interno, vai continuar aquecido, seguindo as estimativas de
preços elevados, devido aos
baixos estoques mundiais.
O milho, também influenciado pelo setor externo, mantém
preços médios aquecidos nos
seus derivados. O óleo de milho
subiu 32% em 12 meses. A redução na produção nos EUA
abre caminho para exportações
brasileiras, que, mais uma vez,
devem superar 10 milhões de
toneladas do grão.
(MZ)
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