São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Crise afetou mais treinamento, diz pesquisa

Os programas de treinamento e desenvolvimento de funcionários foram as áreas mais afetadas pela crise mundial, de acordo com pesquisa da consultoria Hay Group. No Brasil, 36% das empresas devem eliminar ou reduzir investimentos para treinar sua força de trabalho. Outros 31% já estão considerando a possibilidade de fazer modificações nos programas para estas áreas.
"Os investimentos nessas áreas foram para a geladeira. Muitas empresas estão tentando reduzir o custo destes programas ao mais próximo de zero possível", afirma Eduardo Gianini, diretor da Hay Group.
A possibilidade de aumento de salário neste ano também está afastada em muitas empresas brasileiras. Cerca de 42% devem congelar os salários de 2009 no nível de 2008.
O levantamento, que foi feito com 2.000 companhias de 88 países, será divulgado na quarta aos clientes da Hay Group.
"A pesquisa foi feita no mundo todo e apresentou resultados semelhantes. No Brasil, congelar ou reduzir salários são ações mais difíceis de serem tomadas por conta da legislação. Mas aqui a ação mais comumente encontrada foi congelar todo o tipo de treinamento e desenvolvimento", diz.
Entre as medidas mais citadas estão reduções de pessoal, corte ou congelamento salarial, diminuição de bônus anuais e de longo prazo e de treinamento de funcionários.
No Brasil, não é só o desemprego que ameaça. As contratações devem ficar cada vez mais raras. Cerca de 39% das empresas pesquisadas estão com seu quadro de vagas abertas ou novas posições congelado. E 27% afirmam que estão reduzindo o número de empregados. Outros 30% dizem que ainda estão conseguindo manter o quadro de acordo com o planejado.
Os benefícios aos funcionários também não devem melhorar no curto prazo. Para este ano, a maioria das empresas, 86%, afirma que não fará nenhuma mudança no programa de incentivo, como participação nos lucros e bônus. "Não percebemos ainda cortes dos benefícios ou redução do padrão, mas as empresas já estão tentando reduzir os custos sem alterar o nível do benefício por enquanto", diz Gianini.

TREM-BALA
Investidores estrangeiros visitaram a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica, no último mês, para sondar sua intensão em investir na construção do trem-bala SP-Rio. A Funcef, no entanto, afirma que ainda não definiu se vai financiar ou não o projeto.

CABO
O prejuízo das empresas brasileiras com roubo de cobre foi cinco vezes maior em março do que em fevereiro, segundo levantamento do Sindicel (sindicato do setor de fios e cabos elétricos). Foram desviadas 92 toneladas do material -uma perda de R$ 1,2 milhão.

AS DEZ FAVORITAS
Boticário e Natura foram as marcas mais citadas em pesquisa da rede social feminina Bolsa de Mulher. A rede perguntou a 30 mil usuárias de seu sistema qual sua marca preferida, sem dar alternativas de respostas. Além das marcas de cosméticos, também foram citadas grifes de roupas como Forum, Zoomp e Colcci. A maioria do público da Bolsa de Mulher é formada por mulheres das classes A/B, entre 25 e 30 anos, com curso superior e residentes no Rio ou em São Paulo.

FÓRUM PAULISTA
Klaus Schwab, presidente do World Economic Forum, se reunirá hoje com o governador de SP, José Serra, e com o secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Eles discutirão a possibilidade de trazer para SP o World Economic Forum on Latin America, que acontece neste ano no Rio, a partir de amanhã. Na pauta, também estão oportunidades de investimento em programas do governo.

ESPUMA
Cem marcas de cerveja estarão na Brasil Brau 2009-10ª Feira Internacional de Tecnologia em Cerveja, de 23 a 25 de junho, em SP.

POTÊNCIA CERTA
A Imagem, de soluções de geoprocessamento, firmou parceria com a americana Telvent para trazer ao Brasil soluções de redes inteligentes de distribuição de energia. Segundo Marcos Covre, da Imagem, a tecnologia permitirá identificar picos de uso de energia para fornecer a potência ideal a cada consumidor, evitando desperdícios. O objetivo da Imagem é se antecipar a uma mudança que acredita que seja uma tendência no setor a partir de 2012.

ÁRBITRO
Os valores envolvidos nas ações das cinco principais Câmaras de Arbitragem brasileiras subiram 42% em 2008, segundo pesquisa da professora Selma Ferreira Lemes, coordenadora do curso de Arbitragem do GVlaw, programa ligado à Direito GV. No ano passado, a soma atingiu R$ 844 milhões. Para Lemes, o motivo é a agilidade maior e o custo menor da arbitragem em relação à Justiça comum. A professora espera que a crise provoque um aumento na demanda por arbitragem. O principal motivo é que nesta conjuntura crescem as desavenças e quebras contratuais entre empresas, diz.

FORA DO BALANÇO
Uma pesquisa da consultoria Mercer aponta que apenas 25% das empresas de capital aberto estão planejando ações para contabilizar "stock options" (pagamento de bônus a funcionários com ações da empresa). O reconhecimento desses programas nas demonstrações contábeis das empresas listadas em Bolsa passou a ser obrigatório após a edição de uma deliberação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em dezembro de 2008.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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