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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Crise afetou mais treinamento, diz pesquisa
Os programas de treinamento e desenvolvimento de funcionários foram as áreas mais
afetadas pela crise mundial, de
acordo com pesquisa da consultoria Hay Group. No Brasil,
36% das empresas devem eliminar ou reduzir investimentos para treinar sua força de
trabalho. Outros 31% já estão
considerando a possibilidade
de fazer modificações nos programas para estas áreas.
"Os investimentos nessas
áreas foram para a geladeira.
Muitas empresas estão tentando reduzir o custo destes programas ao mais próximo de zero possível", afirma Eduardo
Gianini, diretor da Hay Group.
A possibilidade de aumento
de salário neste ano também
está afastada em muitas empresas brasileiras. Cerca de
42% devem congelar os salários
de 2009 no nível de 2008.
O levantamento, que foi feito
com 2.000 companhias de 88
países, será divulgado na quarta aos clientes da Hay Group.
"A pesquisa foi feita no mundo todo e apresentou resultados semelhantes. No Brasil,
congelar ou reduzir salários são
ações mais difíceis de serem tomadas por conta da legislação.
Mas aqui a ação mais comumente encontrada foi congelar
todo o tipo de treinamento e
desenvolvimento", diz.
Entre as medidas mais citadas estão reduções de pessoal,
corte ou congelamento salarial,
diminuição de bônus anuais e
de longo prazo e de treinamento de funcionários.
No Brasil, não é só o desemprego que ameaça. As contratações devem ficar cada vez mais
raras. Cerca de 39% das empresas pesquisadas estão com seu
quadro de vagas abertas ou novas posições congelado. E 27%
afirmam que estão reduzindo o
número de empregados. Outros 30% dizem que ainda estão
conseguindo manter o quadro
de acordo com o planejado.
Os benefícios aos funcionários também não devem melhorar no curto prazo. Para este
ano, a maioria das empresas,
86%, afirma que não fará nenhuma mudança no programa
de incentivo, como participação nos lucros e bônus. "Não
percebemos ainda cortes dos
benefícios ou redução do padrão, mas as empresas já estão
tentando reduzir os custos sem
alterar o nível do benefício por
enquanto", diz Gianini.
TREM-BALA
Investidores estrangeiros
visitaram a Funcef, fundo de
pensão dos funcionários da
Caixa Econômica, no último
mês, para sondar sua intensão em investir na construção do trem-bala SP-Rio. A
Funcef, no entanto, afirma
que ainda não definiu se vai
financiar ou não o projeto.
CABO
O prejuízo das empresas
brasileiras com roubo de cobre foi cinco vezes maior em
março do que em fevereiro,
segundo levantamento do
Sindicel (sindicato do setor
de fios e cabos elétricos). Foram desviadas 92 toneladas
do material -uma perda de
R$ 1,2 milhão.
AS DEZ FAVORITAS
Boticário e Natura foram as marcas mais citadas em pesquisa da rede
social feminina Bolsa de
Mulher. A rede perguntou
a 30 mil usuárias de seu
sistema qual sua marca
preferida, sem dar alternativas de respostas.
Além das marcas de cosméticos, também foram
citadas grifes de roupas
como Forum, Zoomp e
Colcci. A maioria do público da Bolsa de Mulher
é formada por mulheres
das classes A/B, entre 25
e 30 anos, com curso superior e residentes no Rio
ou em São Paulo.
FÓRUM PAULISTA
Klaus Schwab, presidente
do World Economic Forum,
se reunirá hoje com o governador de SP, José Serra, e
com o secretário estadual de
Desenvolvimento, Geraldo
Alckmin. Eles discutirão a
possibilidade de trazer para
SP o World Economic Forum on Latin America, que
acontece neste ano no Rio, a
partir de amanhã. Na pauta,
também estão oportunidades de investimento em programas do governo.
ESPUMA
Cem marcas de cerveja estarão na Brasil Brau 2009-10ª Feira Internacional de
Tecnologia em Cerveja, de
23 a 25 de junho, em SP.
POTÊNCIA CERTA
A Imagem, de soluções de geoprocessamento, firmou
parceria com a americana Telvent para trazer ao Brasil
soluções de redes inteligentes de distribuição de energia.
Segundo Marcos Covre, da Imagem, a tecnologia permitirá identificar picos de uso de energia para fornecer a potência ideal a cada consumidor, evitando desperdícios. O
objetivo da Imagem é se antecipar a uma mudança que
acredita que seja uma tendência no setor a partir de 2012.
ÁRBITRO
Os valores envolvidos nas ações das cinco principais Câmaras de Arbitragem brasileiras subiram 42% em 2008, segundo pesquisa da professora Selma Ferreira Lemes, coordenadora do curso de Arbitragem do GVlaw, programa ligado à Direito GV. No ano passado, a soma atingiu R$ 844 milhões. Para Lemes, o motivo é a agilidade maior e o custo menor da arbitragem em relação à Justiça comum. A professora espera que a crise provoque um aumento na demanda por arbitragem. O principal motivo é que nesta conjuntura crescem as desavenças e quebras contratuais entre empresas, diz.
FORA DO BALANÇO
Uma pesquisa da consultoria Mercer aponta que apenas
25% das empresas de capital aberto estão planejando
ações para contabilizar "stock options" (pagamento de
bônus a funcionários com ações da empresa). O reconhecimento desses programas nas demonstrações contábeis
das empresas listadas em Bolsa passou a ser obrigatório
após a edição de uma deliberação da CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) em dezembro de 2008.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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