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PT diz que Lula vetará reajuste a aposentado
Acordo na Câmara prevê 7% para benefícios superiores ao salário mínimo, mas Congresso quer 7,71%
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou ontem
que, caso o Congresso aprove
reajuste maior do que 7% para
os aposentados que ganham
acima de um salário mínimo, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva vai vetar o benefício.
Proposta nesse sentido tem
grandes chances de ser aprovada nas próximas semanas, já
que a maioria dos partidos aliados ao governo defende aumento de 7,71% para a categoria -o que equivale a repassar a
inflação de 2009 mais 80% do
crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) de 2008.
O índice, inclusive, chegou a
ser acertado na semana passada por lideranças do Senado,
mas Vaccarezza garante que o
valor não tem amparo técnico
do governo. Romero Jucá
(PMDB-RR), líder do governo
no Senado, também afirmou
que levaria a proposta para os
ministros, mas, segundo sua assessoria, até agora ele não obteve resposta. Segundo o deputado petista, o máximo a que o governo pode chegar é 7%, ou a
correção da inflação mais dois
terços da variação do PIB.
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), um dos intermediários do
acordo, disse que chegou a conversar rapidamente sobre o assunto com Lula durante o final
de semana. O deputado disse
ter entendido que o presidente
apoia um acordo com o Senado.
"O Vaccarezza diz que não, mas
entendo que o Lula quer o acordo. Não dá para eles [senadores] votarem uma coisa e a gente, na Câmara, outra", diz Silva.
Nas duas propostas, o aumento seria retroativo a janeiro deste ano e o reajuste de 2011
ficaria desvinculado da discussão atual, deixando o assunto
para depois das eleições.
Vaccarezza é relator da medida provisória que prevê, originalmente, o reajuste de 6,14%
e já está na pauta da Câmara.
"Se seguirem o caminho da demagogia será uma tragédia para os aposentados. Só vai restar
ao presidente da República, por
responsabilidade fiscal, vetar",
disse Vaccarezza, ressaltando
que a categoria ficaria sem o aumento retroativo.
O deputado afirmou ontem
que a medida provisória deve
ser votada nesta semana na Câmara, mesmo sabendo das
chances concretas de o governo
sair derrotado.
De acordo com cálculos dos
congressistas, o reajuste de 7%
resultaria em pagamento de
mais R$ 1,1 bilhão neste ano.
Com 7,71%, o gasto adicional
seria de cerca de R$ 1,8 bilhão.
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