São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010

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PT diz que Lula vetará reajuste a aposentado

Acordo na Câmara prevê 7% para benefícios superiores ao salário mínimo, mas Congresso quer 7,71%

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou ontem que, caso o Congresso aprove reajuste maior do que 7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar o benefício.
Proposta nesse sentido tem grandes chances de ser aprovada nas próximas semanas, já que a maioria dos partidos aliados ao governo defende aumento de 7,71% para a categoria -o que equivale a repassar a inflação de 2009 mais 80% do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2008.
O índice, inclusive, chegou a ser acertado na semana passada por lideranças do Senado, mas Vaccarezza garante que o valor não tem amparo técnico do governo. Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, também afirmou que levaria a proposta para os ministros, mas, segundo sua assessoria, até agora ele não obteve resposta. Segundo o deputado petista, o máximo a que o governo pode chegar é 7%, ou a correção da inflação mais dois terços da variação do PIB.
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), um dos intermediários do acordo, disse que chegou a conversar rapidamente sobre o assunto com Lula durante o final de semana. O deputado disse ter entendido que o presidente apoia um acordo com o Senado. "O Vaccarezza diz que não, mas entendo que o Lula quer o acordo. Não dá para eles [senadores] votarem uma coisa e a gente, na Câmara, outra", diz Silva.
Nas duas propostas, o aumento seria retroativo a janeiro deste ano e o reajuste de 2011 ficaria desvinculado da discussão atual, deixando o assunto para depois das eleições.
Vaccarezza é relator da medida provisória que prevê, originalmente, o reajuste de 6,14% e já está na pauta da Câmara. "Se seguirem o caminho da demagogia será uma tragédia para os aposentados. Só vai restar ao presidente da República, por responsabilidade fiscal, vetar", disse Vaccarezza, ressaltando que a categoria ficaria sem o aumento retroativo.
O deputado afirmou ontem que a medida provisória deve ser votada nesta semana na Câmara, mesmo sabendo das chances concretas de o governo sair derrotado.
De acordo com cálculos dos congressistas, o reajuste de 7% resultaria em pagamento de mais R$ 1,1 bilhão neste ano. Com 7,71%, o gasto adicional seria de cerca de R$ 1,8 bilhão.


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