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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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FGV já apura deflação no atacado com queda do dólar

DA SUCURSAL DO RIO

A primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) deste mês registrou alta de preços de apenas 0,01%, a mais baixa desde a deflação (queda de preços) de 0,16% captada pela FGV na primeira prévia do índice de fevereiro do ano passado.
Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, disse que a queda já era esperada e previu que o IGP-M deste mês pode fechar com deflação.
Na primeira prévia de abril, a alta de preços havia sido de 0,69%. A drástica redução da alta foi provocada por uma deflação de 0,30% no atacado. Os preços, medidos pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), haviam subido 0,60% na primeira prévia de abril.
De acordo com Quadros, foi a queda do dólar, associada à redução dos preços dos combustíveis, que provocou a deflação no IPA. Os preços dos combustíveis e lubrificantes, que haviam subido 1,41% na primeira prévia do IPA de abril, caíram 0,32% na primeira prévia deste mês.
No varejo, os preços tiveram alta menor. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 0,61% na primeira prévia de maio (0,93% na primeira prévia de abril).
Os alimentos, que vinham sendo a principal fonte de pressão sobre os preços no varejo, subiram apenas 0,14%, contra 1,72% na primeira prévia de abril. A maior pressão de alta veio do grupo habitação, com aumento de 1,34%, contra 0,61% em abril.

Mercado
O mercado financeiro reduziu, mais uma vez, a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano. Segundo pesquisa feita pelo BC entre bancos e empresas de consultoria, a expectativa caiu de 12,39%, na pesquisa anterior, para 12,28%, na pesquisa divulgada ontem.
Apesar da queda, a previsão está acima da meta de inflação fixada pelo governo para 2003, de 8,5% para o IPCA. Para 2004, a projeção teve queda de 7,89% para 7,8%, mas a previsão para o IPCA deste mês foi mantida em 0,50%.
Na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) voltará a se reunir e deverá levar em consideração essa expectativa do mercado com relação à inflação para decidir sobre a taxa de juros básicos da economia.
Questionado sobre se já é hora de baixar a taxa de juros, hoje em 26,5%, Quadros disse: "Eu liguei o meu viés de baixa", acrescentando que acha melhor esperar a segunda prévia do IGP-M para ver se a queda dos preços no varejo ganha mais consistência.
De acordo com o levantamento feito pelo BC, pela terceira semana consecutiva os investidores revisaram para baixo as previsões para a taxa de câmbio. A expectativa é que o dólar chegue ao final deste ano em R$ 3,30, contra R$ 3,40 previstos na semana passada.
Os investidores mantiveram a previsão de superávit da balança de US$ 16 bilhões neste ano.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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