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Supermercados baixam preço só no 2º semestre
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A redução nos preços de itens
agrícolas vai atingir os produtos industrializados só no segundo semestre. A previsão é
de redes de supermercados.
Nas recentes negociações entre
lojas e fabricantes de alimentos
-que se tornaram mais fáceis
nas últimas semanas, após a retração nos preços do trigo e da
soja- ainda há obstáculos para quedas mais acentuadas.
O problema está em duas
questões. Em primeiro lugar,
os fabricantes de alimentos
ainda repassam de forma lenta
ao mercado a queda dos insumos. Isso é perceptível no caso
do macarrão e dos biscoitos,
que utilizam o trigo na produção. O mesmo ocorre com o
óleo de soja.
Isso acontece porque os fornecedores dessas matérias-primas (trigo e soja) ainda têm de
atender contratos de exportação antigos, fechados no começo do ano. Esses acordos são
rentáveis pois foram negociados com uma cotação do dólar
mais elevada do que a atual.
"Nós até podemos pressionar
os fabricantes por quedas nos
preços por conta da valorização do real. Mas quem fornece
o insumo para eles tem contratos de venda lá fora para seguir.
Portanto ainda destinam a produção para atender esses acordos", diz Gildásio do Nascimento, diretor de mercadorias
do Carrefour.
Na prática ocorre o seguinte:
o fabricante de açúcar fecha em
março contratos para entregar,
nos meses seguintes, os lotes ao
exterior. Ele vende com uma
cotação em dólar já fixada no
passado -pois o contrato tem
taxa predeterminada. Ao mercado interno, ele poderá vender volumes elevados, e com
preços mais baixos, após finalizar os acordos de exportação.
Além dessa questão dos contratos de exportação, ainda há
outra razão para a demora na
queda dos preços. Mesmo com
a redução no preço de alguns
insumos, os fabricantes informam que o valor pago pela matéria-prima usada em embalagens não caiu.
O preço do alumínio, usado
em embalagens de alimentos,
não tem cedido mesmo com a
valorização do real, pois o produto segue a cotação do mercado externo.
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