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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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Supermercados baixam preço só no 2º semestre

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução nos preços de itens agrícolas vai atingir os produtos industrializados só no segundo semestre. A previsão é de redes de supermercados. Nas recentes negociações entre lojas e fabricantes de alimentos -que se tornaram mais fáceis nas últimas semanas, após a retração nos preços do trigo e da soja- ainda há obstáculos para quedas mais acentuadas.
O problema está em duas questões. Em primeiro lugar, os fabricantes de alimentos ainda repassam de forma lenta ao mercado a queda dos insumos. Isso é perceptível no caso do macarrão e dos biscoitos, que utilizam o trigo na produção. O mesmo ocorre com o óleo de soja.
Isso acontece porque os fornecedores dessas matérias-primas (trigo e soja) ainda têm de atender contratos de exportação antigos, fechados no começo do ano. Esses acordos são rentáveis pois foram negociados com uma cotação do dólar mais elevada do que a atual.
"Nós até podemos pressionar os fabricantes por quedas nos preços por conta da valorização do real. Mas quem fornece o insumo para eles tem contratos de venda lá fora para seguir. Portanto ainda destinam a produção para atender esses acordos", diz Gildásio do Nascimento, diretor de mercadorias do Carrefour.
Na prática ocorre o seguinte: o fabricante de açúcar fecha em março contratos para entregar, nos meses seguintes, os lotes ao exterior. Ele vende com uma cotação em dólar já fixada no passado -pois o contrato tem taxa predeterminada. Ao mercado interno, ele poderá vender volumes elevados, e com preços mais baixos, após finalizar os acordos de exportação.
Além dessa questão dos contratos de exportação, ainda há outra razão para a demora na queda dos preços. Mesmo com a redução no preço de alguns insumos, os fabricantes informam que o valor pago pela matéria-prima usada em embalagens não caiu.
O preço do alumínio, usado em embalagens de alimentos, não tem cedido mesmo com a valorização do real, pois o produto segue a cotação do mercado externo.


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