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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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Inflação "dita" crescimento, diz BC

MARIA LUIZA ABBOTT
ENVIADA ESPECIAL À BASILÉIA (SUÍÇA)

O crescimento da economia brasileira vai depender da queda da inflação, segundo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que participou ontem como observador da reunião do G10 -grupo dos bancos centrais dos dez países mais desenvolvidos- na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), na Basiléia.
"A inflação vai ter que dar sinais de queda importante, sustentável, não é uma questão de um mês ou dois, para que aí, sim, a economia possa voltar a crescer novamente", afirmou o presidente do BC.
Mas ele não quis dizer quando isso poderá acontecer, pois "nenhum Banco Central trabalha com prazo" nesses casos. De acordo com Meirelles, o mercado financeiro sempre antecipa uma melhora da economia real, mas o horizonte é muito determinado pela queda da inflação. "Em 1999, o mercado antecipou o crescimento em 2000", lembrou.
O presidente do BC argumentou também que é preciso ainda melhorar os fundamentos da economia brasileira.
Segundo Meirelles, isso influencia de forma favorável a percepção de risco do Brasil e, "consequentemente", o custo dos recursos para o país cai, como "já está acontecendo". Mas ele reconheceu que um cenário de menor crescimento na economia mundial afeta o Brasil.
Os EUA devem crescer menos do que estava previsto no início do ano, embora acima do desempenho esperado para a Europa.
O crescimento de 2% para a economia brasileira neste ano é compatível com esse cenário, segundo Meirelles.
A aprovação das reformas tributária e da Previdência, a melhora dos fundamentos da economia, com um superávit primário (diferença entre receitas e despesas, excluindo os juros) "sólido", inflação e risco-país em queda permitem que o Brasil atravesse períodos de desaceleração da economia mundial de forma mais confortável, de acordo com o presidente do BC.


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