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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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TRIBUTOS

Proposta deve ser enviada ao Congresso e pode entrar em vigor em 2004; Palocci estuda mais alíquotas e menos deduções

Governo quer aprovar novo IR ainda em 2003

DA SUCURSAL BRASÍLIA

As mudanças no Imposto de Renda das pessoas físicas deverão ser enviadas ao Congresso Nacional ainda neste ano para entrarem em vigor em 2004. Ontem, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) voltou a dizer que essas mudanças serão apresentadas após a aprovação da emenda da reforma tributária.
"A expectativa do presidente e do governo é que tenhamos uma nova estrutura tributária já no ano que vem", disse o ministro. Mas, cuidadoso, Palocci disse que isso acontecerá "se o Congresso desejar".
O ministro disse que estão sendo feitas simulações em relação ao Imposto de Renda. Segundo ele, a proposta do Ministério da Fazenda deverá ser entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "nos próximos meses".
A Folha apurou que o governo pretende criar uma nova alíquota na tabela do Imposto de Renda de 35% para quem ganha acima de R$ 10 mil por mês -hoje são duas alíquotas: 15% e 27,5%.
Além disso, devem ser reduzidas as deduções com despesas de saúde, educação e dependentes. O objetivo é cobrar mais IR dos contribuintes que ganham mais.
Hoje, os gastos com saúde (planos, consultas médicas etc.) não têm limite. Já os abatimentos com educação estão limitados a R$ 1.998 por pessoa por ano, enquanto os com dependentes, a R$ 1.272 para cada um, também por ano.
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse em abril à Folha que a revisão dessas deduções diminuiria a regressividade (quem ganha menos paga mais) do sistema atual. As deduções são consideradas incentivos fiscais.
A tabela do Imposto de Renda já teve 15 alíquotas diferentes entre 1975 e 1977 e a alíquota máxima já foi de 60% entre 1983 e 1985. A alíquota de 35% foi utilizada em 1994 e em 1995.
Os técnicos da Receita Federal são contrários à fixação de regras para a correção da tabela do Imposto de Renda.
Quando estava na oposição, o PT sempre criticou a falta de reajuste da tabela. Sem a correção, pessoas que poderiam ficar dentro do limite de isenção acabam sendo taxadas quando têm aumento salarial.
De 1995 a 2002, a tabela foi corrigida apenas uma vez -em 17,5%, no ano passado. Segundo os técnicos, não é possível criar regras de correção sem indexar novamente a tabela à inflação.
Pelo fato de tabela ter sido corrigida só uma vez a partir de 1995, o número de contribuintes quase triplicou, passando de 6,5 milhões naquele ano para 19 milhões previstos para este ano.

Agências reguladoras
Palocci disse que o governo poderá rever os cortes orçamentários caso eles prejudiquem ou impeçam as agências reguladoras de exercerem o seu papel. Essa revisão seria feita pelo Ministério do Planejamento.


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