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INTEGRAÇÃO
Solução passa pela OMC, diz ele; BNDES liberará US$ 50 mi para financiar indústria de mineração no Uruguai
Lula pede fim de barreira, e não "esmola"
WILSON SILVEIRA
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem que vai levar um
recado aos presidentes do G-7, o
grupo dos sete países mais ricos
do mundo, que estarão reunidos
em Evian, na França, no início de
junho. "O recado que vou levar é
que a melhor ajuda que deles podemos receber para acabar com a
fome e a miséria em nossos países
não é esmola ou tapinhas nas costas, mas o fim das barreiras à entrada de nossos produtos."
Lula participará como convidado da reunião do G-8 -os sete
mais ricos (EUA, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido, França e Itália) e a Rússia.
Lula aproveitou o discurso protocolar ao final de encontro de
trabalho com o presidente do
Uruguai, Jorge Batlle, para falar
sobre o G-7 e o comércio internacional. Ele disse que o comércio
agrícola mundial se converteu em
um "atoleiro" e que a solução para isso passa pela OMC (Organização Mundial do Comércio), sobretudo no que se refere à eliminação de subsídios.
"Vamos lembrar nossos parceiros de que, sem concessões substanciais na área agrícola, temos
pouco interesse em discutir os demais itens da rodada [de Doha]",
afirmou, referindo-se à atual rodada de negociações da OMC.
Lula também se comprometeu
a apoiar a aprovação de um financiamento de US$ 50 milhões do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para viabilizar o investimento de uma indústria brasileira no
setor de mineração no Uruguai.
Seguindo a mesma linha de Lula, Batlle afirmou que o seu país e
o Brasil não querem favores dos
países desenvolvidos. "Não queremos presentes, queremos oportunidades. As mesmas que os demais povos reclamaram para si."
O presidente uruguaio alertou,
porém, que não bastará vencer as
barreiras tarifárias impostas aos
produtos agrícolas dos países do
Mercosul para ter acesso aos
maiores mercados mundiais.
"Quando conseguirmos eliminar
as barreiras tarifárias, vão nascer
as barreiras sanitárias. Precisamos estar preparados para isso."
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