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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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INTEGRAÇÃO

Solução passa pela OMC, diz ele; BNDES liberará US$ 50 mi para financiar indústria de mineração no Uruguai

Lula pede fim de barreira, e não "esmola"

WILSON SILVEIRA
ANDRÉ SOLIANI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que vai levar um recado aos presidentes do G-7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, que estarão reunidos em Evian, na França, no início de junho. "O recado que vou levar é que a melhor ajuda que deles podemos receber para acabar com a fome e a miséria em nossos países não é esmola ou tapinhas nas costas, mas o fim das barreiras à entrada de nossos produtos."
Lula participará como convidado da reunião do G-8 -os sete mais ricos (EUA, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido, França e Itália) e a Rússia.
Lula aproveitou o discurso protocolar ao final de encontro de trabalho com o presidente do Uruguai, Jorge Batlle, para falar sobre o G-7 e o comércio internacional. Ele disse que o comércio agrícola mundial se converteu em um "atoleiro" e que a solução para isso passa pela OMC (Organização Mundial do Comércio), sobretudo no que se refere à eliminação de subsídios.
"Vamos lembrar nossos parceiros de que, sem concessões substanciais na área agrícola, temos pouco interesse em discutir os demais itens da rodada [de Doha]", afirmou, referindo-se à atual rodada de negociações da OMC.
Lula também se comprometeu a apoiar a aprovação de um financiamento de US$ 50 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para viabilizar o investimento de uma indústria brasileira no setor de mineração no Uruguai.
Seguindo a mesma linha de Lula, Batlle afirmou que o seu país e o Brasil não querem favores dos países desenvolvidos. "Não queremos presentes, queremos oportunidades. As mesmas que os demais povos reclamaram para si."
O presidente uruguaio alertou, porém, que não bastará vencer as barreiras tarifárias impostas aos produtos agrícolas dos países do Mercosul para ter acesso aos maiores mercados mundiais. "Quando conseguirmos eliminar as barreiras tarifárias, vão nascer as barreiras sanitárias. Precisamos estar preparados para isso."


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