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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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Apesar da queda, Sudeste é o líder

DA SUCURSAL DO RIO

Apenas quatro Estados -São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais- representavam 66,2% da produção agroindustrial em 2001. São Paulo liderava o ranking: sua produção correspondia a 31,9% do total, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar disso, houve um processo de desconcentração regional, informou Silvio Sales, chefe do Departamento de Indústria do IBGE. É que parte da produção migrou do Sudeste com destino a duas outras regiões do país: Sul e Centro-Oeste.
Em 1996, o Sudeste abocanhava 50,8% de tudo o que era produzido pela agroindústria. Cinco anos mais tarde, o percentual caiu para 44,3%. No mesmo período, o Sul passou de 29,3% para 34,1%. O Centro-Oeste, de 6,5% para 8,6%.

Nordeste perde espaço
Foi o Nordeste que cedeu espaço. Sua participação na produção total do setor recuou de 11,1% em 1996 para 10,3% em 2001. Com pequena importância, o Norte avançou um pouco, passando de 2,3% para 2,7%.
De 1996 a 2001, os Estados que mais aumentaram sua participação relativa foram Acre, Tocantins e Roraima. O que mais perdeu foi Pernambuco, segundo o IBGE.
Por setores, o de maior importância em 1996 era o de álcool em São Paulo. Com melhores preços e atendendo mais ao mercado externo, foi superado em 2001 pelo de açúcar, também em São Paulo.
Segundo especialistas, o crescimento do açúcar deve se manter em 2002 e 2003, graças à recuperação dos preços internacionais do produto, o que estimulou os usineiros a deixar de fabricar álcool e passar a produzir açúcar.
Só o álcool em São Paulo respondia por 5,7% de tudo o que era fabricado pela agroindústria brasileira em 1996 -o percentual caiu para 2,5% em 2001. O ramo que assumiu a liderança foi justamente o de açúcar em São Paulo, com peso de 8%, seguido por fumo no Rio Grande do Sul (3,9%).

Álcool emprega menos
Em relação ao emprego, o álcool em São Paulo perdeu a liderança para o açúcar em Alagoas. Representava 4,8% das vagas do setor em 1996. Em 2001, nem sequer aparece na lista dos oito maiores empregadores feita pelo IBGE. Em seu lugar, em 2001, ficou a produção de açúcar em Alagoas, com 6,3%.
A pesquisa do IBGE revela ainda que os setores mais intensivos em mão-de-obra são os que pagam os menores salários. É o caso de madeira, curtume de couro, produção de açúcar e beneficiamento de fibras têxteis (algodão e outras).
Já os salários mais altos estão nos ramos que empregam relativamente menos trabalhadores, como química, celulose, fumo e máquinas agrícolas.


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