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VÔO DA ÁGUIA
Aumento dos gastos com petróleo e das importações impulsiona um saldo negativo de US$ 46 bilhões em março
Déficit comercial dos EUA bate novo recorde
DA REDAÇÃO
Depois de cair em fevereiro, o
déficit comercial americano voltou a crescer em março e registrou seu maior valor histórico,
impulsionado pela alta do petróleo e pela recuperação interna,
que puxou as importações.
Segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio, o saldo com o exterior ficou negativo em US$ 45,96 bilhões, alta de 9,1% ante os US$
42,12 bilhões de fevereiro.
As importações de petróleo subiram de US$ 8,4 bilhões para
US$ 10,2 bilhões em março, mês
em que o preço médio do barril
foi de US$ 30,64, valor recorde
desde fevereiro de 1983. No mês
anterior, ele custava US$ 29,17.
Apenas com a Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo), o déficit alcançou um
recorde de US$ 5,6 bilhões.
As importações cresceram 4,6%
e registraram o maior aumento
em um mês desde março de 1993.
No total, os EUA gastaram US$
140,7 bilhões em compras.
Mas as exportações também foram maiores e chegaram a US$
94,7 bilhões, alta de 2,6% em relação a fevereiro. No acumulado em
12 meses até março, o crescimento foi superior, de 14,5%.
Analistas se mostraram surpresos com a elevação do déficit, que
apresentava aparente estabilização nos últimos meses.
"Nós pensávamos que o déficit
havia parado de crescer, porque o
dólar tem se enfraquecido e há
maior crescimento no exterior",
disse David Hensley, economista
do banco JP Morgan.
Além da questão do petróleo,
que deve se agravar com a recente
alta do preço do barril, os economistas demonstraram preocupação com o fato de o dólar acumular valorização nas últimas semanas, uma outra conseqüência da
recuperação econômica.
Após perder mais de 16% de seu
valor em relação a uma cesta de
moedas compilada pelo JP Morgan, o dólar já recuperou cerca de
5% desde o início de abril.
Um dólar mais forte prejudica a
competitividade no exterior dos
produtos americanos e deve restringir a alta das exportações.
"[O relatório destaca] a tensão
entre as boas notícias da rápida
expansão econômica americana e
as más das conseqüências desse
crescimento sobre o tamanho dos
déficits comercial e fiscal, que nós
temos que financiar", afirmou
Edwin Truman, do IIE (Instituto
de Economia Internacional).
Em relação ao tamanho da economia, o déficit comercial representa um valor entre 4,5% e 5% do
PIB (Produto Interno Bruto) dos
EUA. Ou seja, o país precisa de
cerca de US$ 1,5 bilhão por dia para financiar esse saldo.
Com agências internacionais
e o "New York Times"
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