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RASCUNHO DE CRESCIMENTO
Segundo pesquisa, dobrou para 40% o número de pessoas que acreditam em piora na economia
Consumidor está mais pessimista, diz FGV
TATIANA SCHNOOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A avaliação do consumidor brasileiro sobre a situação do país e
suas expectativas para os próximos seis meses pioraram, segundo a Sondagem de Expectativa do
Consumidor referente ao trimestre abril-junho, divulgada ontem
pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A pesquisa é realizada com
2.000 famílias, em 12 capitais.
Segundo a pesquisa, dobrou o
percentual de pessoas que acreditam que a situação do país está
pior -foi de 20,69% em janeiro
deste ano para 40,91% em abril, o
maior percentual desde outubro
de 2002, no final do governo de
Fernando Henrique Cardoso,
quando foi de 48,15%.
O percentual de pessoas que
acreditam que a situação do país
vai piorar nos próximos seis meses passou de 9,77% para 23,03%.
A expectativa de melhora caiu de
60% para 34,53%.
O resultado surpreendeu o economista Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas
da FGV. "Acho um pouco exagerado porque que há outros fundamentos que mostram que há uma
retomada gradual da economia."
O sentimento de pessimismo
das famílias em relação à própria
situação econômica cresceu, passando de 15,91% para 25,57% na
comparação de janeiro com abril
deste ano. Também aumentou o
percentual de entrevistados que
acham que a situação da família
vai piorar nos próximos seis meses, de 5,03% em janeiro, contra
10,12% em abril.
Voltar ao mercado de trabalho
será mais difícil segundo 60,29%
dos entrevistados em abril, contra
45,74% em janeiro deste ano. É o
pior resultado da série desde
outubro de 2002 (45,4%).
Em razão do quadro negativo,
a projeção de consumo se retraiu.
De acordo com a sondagem,
54,92% dos entrevistados dizem
que as possibilidades de consumo
são menores, contra 50,83% em
janeiro.
"O mês de abril teve uma seqüência de notícias desfavoráveis
no campo político que influenciaram o consumidor. Por isso, acredito que o resultado seja pontual e
não uma tendência", disse Salomão.
A pesquisa mostra que as famílias estavam mais endividadas em
abril do que em janeiro deste ano
(24,87% contra 29,36%). Havia
menos pessoas conseguindo poupar em abril (12,88%), na comparação com janeiro (14,71%).
Por faixa salarial, do total de famílias com rendimento de R$
5.000 mensais, 59,41% pretendem
reduzir o consumo em bens de alto valor. Nas famílias com rendimento de até R$ 600, 57,30% das
quais também pretendem comprar menos.
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