São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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RASCUNHO DE CRESCIMENTO

Segundo pesquisa, dobrou para 40% o número de pessoas que acreditam em piora na economia

Consumidor está mais pessimista, diz FGV

TATIANA SCHNOOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A avaliação do consumidor brasileiro sobre a situação do país e suas expectativas para os próximos seis meses pioraram, segundo a Sondagem de Expectativa do Consumidor referente ao trimestre abril-junho, divulgada ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A pesquisa é realizada com 2.000 famílias, em 12 capitais.
Segundo a pesquisa, dobrou o percentual de pessoas que acreditam que a situação do país está pior -foi de 20,69% em janeiro deste ano para 40,91% em abril, o maior percentual desde outubro de 2002, no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando foi de 48,15%.
O percentual de pessoas que acreditam que a situação do país vai piorar nos próximos seis meses passou de 9,77% para 23,03%. A expectativa de melhora caiu de 60% para 34,53%.
O resultado surpreendeu o economista Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV. "Acho um pouco exagerado porque que há outros fundamentos que mostram que há uma retomada gradual da economia."
O sentimento de pessimismo das famílias em relação à própria situação econômica cresceu, passando de 15,91% para 25,57% na comparação de janeiro com abril deste ano. Também aumentou o percentual de entrevistados que acham que a situação da família vai piorar nos próximos seis meses, de 5,03% em janeiro, contra 10,12% em abril.
Voltar ao mercado de trabalho será mais difícil segundo 60,29% dos entrevistados em abril, contra 45,74% em janeiro deste ano. É o pior resultado da série desde outubro de 2002 (45,4%).
Em razão do quadro negativo, a projeção de consumo se retraiu. De acordo com a sondagem, 54,92% dos entrevistados dizem que as possibilidades de consumo são menores, contra 50,83% em janeiro.
"O mês de abril teve uma seqüência de notícias desfavoráveis no campo político que influenciaram o consumidor. Por isso, acredito que o resultado seja pontual e não uma tendência", disse Salomão.
A pesquisa mostra que as famílias estavam mais endividadas em abril do que em janeiro deste ano (24,87% contra 29,36%). Havia menos pessoas conseguindo poupar em abril (12,88%), na comparação com janeiro (14,71%).
Por faixa salarial, do total de famílias com rendimento de R$ 5.000 mensais, 59,41% pretendem reduzir o consumo em bens de alto valor. Nas famílias com rendimento de até R$ 600, 57,30% das quais também pretendem comprar menos.


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