São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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TELEFONIA

Para ser posta em prática, medida precisa passar por outras instâncias e pelo plenário da Câmara e do Senado

Comissão aprova fim da assinatura telefônica

PATRÍCIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que acaba com a assinatura básica do serviço de telefonia fixa.
Para entrar em vigor, a matéria precisa passar ainda por três comissões na Câmara e pelo Senado, além de ser sancionada pelo presidente Lula.
Apesar da aprovação, as chances de o fim da assinatura entrar em vigor são consideradas pequenas por representantes do setor.
Isso não impediu, porém, que as ações das teles fechassem em baixa ontem na Bovespa: queda de 8% no papel ON da Brasil Telecom e de 2,27% nas ações preferenciais da Telemar.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) é contrária ao projeto e já discute a criação de um serviço especial voltado para a população de baixa renda com assinatura mais barata.
A assinatura básica (de R$ 30 a R$ 35, dependendo de cada Estado) corresponde hoje a 40% das receitas das empresas de telefonia local e representou R$ 13 bilhões no faturamento das teles no ano passado.
O presidente da Anatel, Pedro Jaime Ziller, disse na semana passada que o fim da assinatura básica terá impacto no preço do pulso telefônico, no custo das ligações feitas a partir de telefones públicos e até mesmo nas chamadas realizadas no fim de semana e de madrugada, pelas quais se cobra atualmente apenas um pulso.
Ele disse que uma eventual redução, ou mesmo o fim, da assinatura mensal forçaria uma revisão tarifária. A estrutura de cobrança pelos serviços, de acordo com contratos e com a própria lei, considera uma média ponderada entre os custos da assinatura, do pulso, do valor de instalação e de outros itens.
Em votação simbólica, apenas o deputado Paulo Bernardo (PT-PR) se manifestou contra o projeto, ao afirmar que, apesar do apelo popular, o fim da assinatura pode desorganizar o setor de telefonia e prejudicar o consumidor.
Durante as discussões do projeto, oito deputados declararam apoio ao fim da assinatura.
Para o presidente da Abrafix (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviço Telefônico Fixo Comutado), Carlos de Paiva Lopes, a proposta de eliminar a assinatura básica para telefonia fixa é "uma ruptura de contrato".


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