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DIAS DE TENSÃO
Com pessimismo, fechamento em Nova York atinge US$ 40,77, superando preço de 1990, na crise do Golfo
Barril do petróleo chega a valor recorde
DA REDAÇÃO
O barril do petróleo encerrou
ontem em Nova York com um recorde histórico, cotado a US$
40,77, devido a temores relacionados ao terrorismo e a reservas baixas de gasolina nos EUA.
O preço do barril para entrega
em junho subiu 1,77% em relação
a terça, superando o maior valor
para fechamento, de US$ 40,42,
que perdurava desde 11 de outubro de 1990, época em que o Iraque havia invadido o Kuait.
Na comparação da cotação durante o dia, o barril chegou a US$
40,92, mas não superou o recorde
de US$ 41,15, também de 1990.
Os contratos futuros começaram a ser negociados na Nymex
(Bolsa Mercantil de Nova York,
em inglês) em 1983.
Em Londres, o barril do brent
também subiu, para US$ 37,95.
"É uma seqüência do movimento de alta gerado pelas persistentes inquietudes sobre o potencial
de ataques na Arábia Saudita ou
no Iraque", disse Marshall Steeves, da corretora Refco.
Ontem o governo americano divulgou que os estoques de gasolina caíram em 1,5 milhão de barris,
para 202,5 milhões, na semana
passada. O valor é cerca de 2,5%
menor do que o nível médio nos
12 meses anteriores e 3,8% menor
do que nos últimos cinco anos.
Analistas dizem que os estoques
deveriam chegar a 215 milhões de
barris para afastar riscos de fornecimento no verão no hemisfério
Norte. Para o presidente da associação que reúne refinarias e petroquímicas nos EUA, Bob
Slaughter, o cenário não é otimista. "Não há, no curto prazo, uma
saída mágica que possa aliviar os
elevados custos da gasolina."
Ontem o preço do combustível
também fechou em valor recorde
nos EUA. O galão da gasolina era
vendido no fim do dia a US$
1,3735, aumento de quase 4%.
Nem mesmo o anúncio de que a
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) irá discutir de forma antecipada um
possível incremento na produção
da entidade impediu o recorde.
Em comunicado, o presidente
da Opep, Purnomo Yusgiantoro,
mudou de posição e disse que os
países-membros examinarão "a
situação do mercado mundial e a
pertinência de um aumento do limite de produção" no Fórum Internacional de Energia, entre os
dias 22 e 24, em Amsterdã.
Na segunda, após a Arábia Saudita defender que a Opep elevasse
sua produção a fim de equilibrar a
oferta, Yusgiantoro negou que a
alta das cotações tivesse relação
com a instituição e afirmou que já
havia petróleo suficiente no mercado. A Opep só discutiria aumentar a produção em sua próxima reunião, no início de junho.
Com agências internacionais
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