São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Com pessimismo, fechamento em Nova York atinge US$ 40,77, superando preço de 1990, na crise do Golfo

Barril do petróleo chega a valor recorde

DA REDAÇÃO

O barril do petróleo encerrou ontem em Nova York com um recorde histórico, cotado a US$ 40,77, devido a temores relacionados ao terrorismo e a reservas baixas de gasolina nos EUA.
O preço do barril para entrega em junho subiu 1,77% em relação a terça, superando o maior valor para fechamento, de US$ 40,42, que perdurava desde 11 de outubro de 1990, época em que o Iraque havia invadido o Kuait.
Na comparação da cotação durante o dia, o barril chegou a US$ 40,92, mas não superou o recorde de US$ 41,15, também de 1990.
Os contratos futuros começaram a ser negociados na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, em inglês) em 1983.
Em Londres, o barril do brent também subiu, para US$ 37,95.
"É uma seqüência do movimento de alta gerado pelas persistentes inquietudes sobre o potencial de ataques na Arábia Saudita ou no Iraque", disse Marshall Steeves, da corretora Refco.
Ontem o governo americano divulgou que os estoques de gasolina caíram em 1,5 milhão de barris, para 202,5 milhões, na semana passada. O valor é cerca de 2,5% menor do que o nível médio nos 12 meses anteriores e 3,8% menor do que nos últimos cinco anos.
Analistas dizem que os estoques deveriam chegar a 215 milhões de barris para afastar riscos de fornecimento no verão no hemisfério Norte. Para o presidente da associação que reúne refinarias e petroquímicas nos EUA, Bob Slaughter, o cenário não é otimista. "Não há, no curto prazo, uma saída mágica que possa aliviar os elevados custos da gasolina."
Ontem o preço do combustível também fechou em valor recorde nos EUA. O galão da gasolina era vendido no fim do dia a US$ 1,3735, aumento de quase 4%.
Nem mesmo o anúncio de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) irá discutir de forma antecipada um possível incremento na produção da entidade impediu o recorde.
Em comunicado, o presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, mudou de posição e disse que os países-membros examinarão "a situação do mercado mundial e a pertinência de um aumento do limite de produção" no Fórum Internacional de Energia, entre os dias 22 e 24, em Amsterdã.
Na segunda, após a Arábia Saudita defender que a Opep elevasse sua produção a fim de equilibrar a oferta, Yusgiantoro negou que a alta das cotações tivesse relação com a instituição e afirmou que já havia petróleo suficiente no mercado. A Opep só discutiria aumentar a produção em sua próxima reunião, no início de junho.


Com agências internacionais

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