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Tony Blair sugere mais responsabilidade à AL
DO FINANCIAL TIMES
Tony Blair, primeiro-ministro
do Reino Unido, pediu ontem que
os Estados ricos em energia da
América Latina ajam com responsabilidade. A declaração veio
menos de 48 horas antes de uma
visita "particular" a Londres pelo
presidente da Venezuela, o esquerdista Hugo Chávez, que
construiu uma estreita aliança
com Cuba e Bolívia.
"O que países fazem com suas
políticas de energia, quando se
trata de produtores de energia como a Bolívia e a Venezuela, importa imensamente a todos nós",
disse Blair na conferência de cúpula de líderes europeus, latino-americanos e caribenhos que
ocorre em Viena.
"Todos estão preocupados.
Meu único apelo é que as pessoas
exerçam o poder que têm com relação a isso de maneira responsável para com toda a comunidade
internacional", afirmou.
"Seria um erro acreditar que as
decisões tomadas por esses líderes não refletem as opiniões dos
povos de seus países", acrescentou lorde Triesman, o ministro
encarregado dos assuntos latino-americanos na Secretaria do Exterior britânica. "Mas também seria
um erro para eles acreditar que as
decisões que tomam não influenciarão os investidores".
No mesmo evento, Chávez declarou que a Venezuela havia tomado o controle de quatro campos de petróleo pesado no cinturão do Orinoco, com investimento estrangeiro total da ordem de
US$ 17 bilhões, ainda que o Congresso de seu país não tenha aprovado a medida até agora.
No dia anterior, Evo Morales, o
presidente da Bolívia, havia declarado que seu país não indenizaria
os investidores estrangeiros pela
perda de suas concessões de gás
natural, ainda que exista a possibilidade de que sejam indenizados pela perda de equipamentos.
As empresas afetadas incluem as
britânicas BP e BG, a brasileira Petrobras e a espanhola Repsol.
"A Europa precisa compreender que uma mudança está acontecendo na América Latina... e
que os povos que foram explorados estão se erguendo, mas democraticamente, e não por meio
da violência", disse Chávez ao "Financial Times" antes de sua visita
a Londres, onde será recebido pelo prefeito de Londres, Ken Livingstone, e parlamentares trabalhistas.
"Vou defender Evo [Morales]
porque ele agora está sendo atacado de todos os lados. [Ao nacionalizar o gás] ele cumpriu uma
promessa de campanha", disse.
Tradução de Paulo Migliacci
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