São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

No mesmo período, dólar avança 4,08% e vai a R$ 2,145, com temor de mais alta no juro dos EUA

Bolsa acumula perda de 4,21% em três dias

DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário externo voltou a atrapalhar o mercado doméstico no último dia de negócios da semana. Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o pregão com queda de 1,55%.
Nos últimos três dias, o Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) amargou perdas acumuladas de 4,21%.
A elevação das taxas pagas pelos títulos do Tesouro norte-americano tem sido o principal vilão desses dias. Ao passar a projetar juros maiores, esses papéis acabam por roubar investidores de ativos brasileiros (e de outros emergentes).
Em um cenário de dúvidas em relação ao futuro dos juros nos EUA, como o atual, os investidores acabam por vender ações e títulos da dívida dos emergentes e migrar para papéis do Tesouro norte-americano.
O dólar não tem se isolado e vem ganhando terreno diante do real. Ontem, a moeda subiu mais 2% e foi a R$ 2,145, maior cotação em um mês. Na abertura dos negócios na segunda, o dólar era vendido a R$ 2,056. Em três dias, a moeda subiu 4,08%.
A escalada do risco-país brasileiro também tem sido rápida. De 216 pontos no dia 5, o risco chegou ao fim das operações de ontem a 234 pontos -o que representou uma alta acumulada de 8,3% na semana.
O cenário internacional piorou, arrastando o mercado brasileiro, a partir da tarde de quarta-feira, quando o Fed (banco central dos EUA) anunciou o aumento dos juros americanos de 4,75% para 5%. Pior do que o aumento foi a nota divulgada pela autoridade monetária após sua reunião, na qual deu sinais de que os juros podem seguir em alta no país.
Ontem, indicadores de piora na expectativa de inflação americana fortaleceram o movimento de deterioração.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros subiram nos últimos dias -notícia ruim para a continuidade do processo de redução da taxa básica da economia, a Selic, que está em 15,75% anuais.
A taxa do contrato DI (Depósito Interfinanceiro) mais negociado, com resgate em janeiro de 2008, subiu de 14,67% na quarta-feira para 14,92% ontem.
Na Bovespa, entre as várias quedas do dia, as ações ordinárias da Light e da Perdigão foram destaque de alta, com 1,97% e 1,95% de ganhos, respectivamente.


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