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COMBUSTÍVEIS
Se tarifa de importação for reduzida, usinas brasileiras não teriam condições de exportar tudo que o país precisa
Brasil não supre demanda de álcool dos EUA
DA REUTERS
As usinas de açúcar e álcool do
Brasil não seriam capazes de atender sozinhas a grande demanda
dos Estados Unidos se as tarifas
norte-americanas sobre a importação de álcool fossem reduzidas,
afirmaram especialistas.
Como os EUA enfrentam dificuldades para o suprimento de álcool e muitos postos de combustíveis estão até fechando devido à
falta de fornecedores, o presidente George W. Bush e parlamentares debatem a suspensão temporária da taxa de importação de
US$ 0,54 por galão (3,785 litros),
até que a produção interna seja
capaz de atender à demanda. O álcool é usado nos EUA como aditivo para ser misturado à gasolina.
Uma autoridade do serviço de
informações sobre energia dos
Estados Unidos estimou nesta semana que a suspensão da tarifa
poderia elevar as importações do
combustível em até 20 mil barris
por dia no curto prazo, praticamente dobrando as atuais importações (22 mil barris).
"Isso seria significativo e poderia beneficiar todas as partes envolvidas. Também representaria
importante movimento na política internacional dos Estados Unidos", afirmou o presidente da Datagro, Plínio Nastari, consultor do
setor de açúcar e álcool.
Mas Nastari, que participou
nesta semana de jantar em Nova
York organizado pelo Clube do
Açúcar, disse que o Brasil poderia
aumentar apenas modestamente
as exportações no curto prazo.
"O maior beneficiado imediatamente poderia ser a China", segundo Nastari, explicando que o
país asiático tem sobra de álcool
(do milho) para exportar ao Japão, Coréia e América Central.
Embora as usinas brasileiras sonhem com um mercado internacional de álcool e desejem que o
produto se transforme em uma
lucrativa commodity, a maior
parte da produção é absorvida
pelo mercado local, diz Nastari.
Os motoristas brasileiros consomem cerca de 13 bilhões de litros por ano, impedindo que as
exportações cresçam para volumes acima de 2,5 bilhões de litros,
registrados em anos recentes.
A Datagro estima que o fim da
tarifa de importação nos EUA poderia elevar as exportações brasileiras entre 300 milhões e 400 milhões de litros. Com isso, os embarques ficariam entre 1 bilhão e
1,2 bilhão de litros por ano.
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