São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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COMBUSTÍVEIS

Se tarifa de importação for reduzida, usinas brasileiras não teriam condições de exportar tudo que o país precisa

Brasil não supre demanda de álcool dos EUA

DA REUTERS

As usinas de açúcar e álcool do Brasil não seriam capazes de atender sozinhas a grande demanda dos Estados Unidos se as tarifas norte-americanas sobre a importação de álcool fossem reduzidas, afirmaram especialistas.
Como os EUA enfrentam dificuldades para o suprimento de álcool e muitos postos de combustíveis estão até fechando devido à falta de fornecedores, o presidente George W. Bush e parlamentares debatem a suspensão temporária da taxa de importação de US$ 0,54 por galão (3,785 litros), até que a produção interna seja capaz de atender à demanda. O álcool é usado nos EUA como aditivo para ser misturado à gasolina.
Uma autoridade do serviço de informações sobre energia dos Estados Unidos estimou nesta semana que a suspensão da tarifa poderia elevar as importações do combustível em até 20 mil barris por dia no curto prazo, praticamente dobrando as atuais importações (22 mil barris).
"Isso seria significativo e poderia beneficiar todas as partes envolvidas. Também representaria importante movimento na política internacional dos Estados Unidos", afirmou o presidente da Datagro, Plínio Nastari, consultor do setor de açúcar e álcool.
Mas Nastari, que participou nesta semana de jantar em Nova York organizado pelo Clube do Açúcar, disse que o Brasil poderia aumentar apenas modestamente as exportações no curto prazo.
"O maior beneficiado imediatamente poderia ser a China", segundo Nastari, explicando que o país asiático tem sobra de álcool (do milho) para exportar ao Japão, Coréia e América Central.
Embora as usinas brasileiras sonhem com um mercado internacional de álcool e desejem que o produto se transforme em uma lucrativa commodity, a maior parte da produção é absorvida pelo mercado local, diz Nastari.
Os motoristas brasileiros consomem cerca de 13 bilhões de litros por ano, impedindo que as exportações cresçam para volumes acima de 2,5 bilhões de litros, registrados em anos recentes.
A Datagro estima que o fim da tarifa de importação nos EUA poderia elevar as exportações brasileiras entre 300 milhões e 400 milhões de litros. Com isso, os embarques ficariam entre 1 bilhão e 1,2 bilhão de litros por ano.


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