São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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CRISE NO CAMPO

Entidade estima que 350 mil toneladas tenham ficado bloqueadas

Perda com soja em MS é de R$ 165 mi

DA AGÊNCIA FOLHA

Os bloqueios dos produtores rurais em Mato Grosso do Sul, iniciado em 26 de abril, já causaram um prejuízo de pelo menos R$ 165 milhões ao Estado.
A estimativa é da Coagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial) do Estado, que faz o cálculo com base na quantidade média de soja expedida diariamente para exportação. Como é época de safra, são quase 40 mil toneladas por dia. O prejuízo estimado é a perda de faturamento em toda a cadeia de produção.
Segundo a entidade, o prejuízo por dia de bloqueio é de R$ 19 milhões. Em março deste ano, de acordo com dados da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), a produção de soja foi de cerca de 4,6 milhões de toneladas.
Até agora, 350 mil toneladas não puderam passar pelas barreiras montadas, diz a Coagri, que tem 20 unidades no Estado.
São 50 cidades, como Dourados, Maracaju, Ponta Porã, Rio Brilhante, Sidrolândia e São Gabriel do Oeste, que participam do movimento "Grito do Ipiranga". Há 78 municípios no Estado. A Famasul estima que metade da produção ainda não tenha sido escoada.
"Os produtores estão cortando da própria carne. Eles vão ser os maiores prejudicados, porque isso vai ter um efeito contrário. Vai haver uma quebra no porto. O comprador europeu vai ficar sem o produto. E, então, cai o preço. Isso mostra a situação de desespero", diz Maurício Peralta, gerente de desenvolvimento da Coagri.
Segundo a Famasul, cerca de cem armazéns de cerealistas e cooperativas estão bloqueados por maquinários agrícolas.
Ontem, segundo a Polícia Rodoviária Federal, produtores interditaram a BR-463, em Ponta Porã (335 km de Campo Grande).
Para Peralta, o custo também será alto para as indústrias -boa parte já está parada. Há ainda, lembra, as multas para os navios que ficam parados nos portos aguardando a carga. "O valor varia de US$ 25 mil a US$ 50 mil por dia de atraso, dependendo do tamanho da embarcação", afirma. (THIAGO REIS)


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