São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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repercussão

Empresários querem ação no câmbio

DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O empresariado presente à solenidade de lançamento da política industrial recebeu as medidas com cautela. Apesar dos elogios à iniciativa do governo de procurar estimular o aumento do investimento, afirmaram que as medidas não compensam os prejuízos causados pela taxa de câmbio atual.
Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, os resultados são contraditórios em relação à política monetária. "O governo fala em aumentar exportação, mas não trata do câmbio valorizado. Fala em aumentar investimento, mas tem medo do aumento da demanda", disse. Apesar disso, elogiou as desonerações e a redução nos juros do BNDES.
"Faltou o Meirelles [Henrique Meirelles, presidente do Banco Central] aqui. Sem uma política macroeconômica, essa política fica impossibilitada porque o câmbio continua valorizado, e isso só muda com redução dos juros", disse Rodrigo Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.
O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, afirmou que a nova política é transparente, mas fez ressalvas: "Essas medidas não têm impacto na questão do câmbio, ao menos não no curto prazo.
O desafio do câmbio ainda precisa ser enfrentado, novas medidas precisarão ser anunciadas", afirmou.
Para o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, o país ainda tem muito a fazer para recuperar a competitividade perdida nos últimos 20 anos. "Na década de 1980, éramos o 5º maior fabricante de bens de capital do mundo. Hoje somos 14º." Ele elogiou as medidas de redução dos juros do BNDES, mas afirmou que as desonerações ainda dependerão de vontade política do governo.
O presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, juntou-se ao coro dos empresários que pediram para que o governo olhasse também para a política fiscal: "Tudo o que foi anunciado aqui é positivo, mas deve ser encarado dentro de um arcabouço maior.
Temos que ter perseverança no equilíbrio fiscal. Quanto mais ortodoxia fiscal, melhor".
O presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação), Antonio Gil, disse que as medidas permitirão ao setor ampliar de US$ 800 milhões para US$ 5 bilhões as exportações anuais até 2010, transformando o Brasil num pólo de prestação de serviços para empresas estrangeiras. O setor foi um dos principais contemplados na nova política industrial.
(JANAINA LAGE, ROBERTO MACHADO e SHEILA D'AMORIM)


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