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repercussão
Para centrais, é preciso haver contrapartidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Centrais sindicais e Dieese
avaliam que a nova política
industrial precisa dar atenção à criação de empregos,
melhoria na renda e das relações no local de trabalho.
"Países que deram certo fixaram políticas industrias e
protegeram sua economia. O
Brasil deu um passo importante em relação ao desenvolvimento. O que vamos cobrar é que sejam feitas contrapartidas, de forma acelerada, que possam resultar
em melhor renda, emprego e
qualificação profissional",
afirma José Lopez Feijóo, diretor-executivo da CUT.
"Os investimentos que serão executados vão gerar empregos. Mas é preciso explicitar a qualidade desse emprego. O desafio é que essas
medidas tenham contrapartidas sociais, ambientais e
trabalhistas", diz Clemente
Ganz Lúcio, diretor técnico
do Dieese.
Sem essa preocupação, diz
ele, a desigualdade social pode se ampliar. "Os investimentos deslocados para uma
determinada região têm de
vir acompanhados de infra-estrutura local. Caso contrário, o investimento anunciado pode gerar desequilíbrio
com bolsões de pobrezas e
trabalho informal."
"O governo acerta em tornar as empresas mais competitivas e se preocupar com
a entrada de mais mercadorias importadas, o que pode
gerar desemprego", diz João
Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical.
Ricardo Patah, presidente
da UGT, avalia que a desoneração da folha de pagamento
e incentivo ao crédito são
medidas relevantes "em um
contexto de baixa competitividade cambial, alta carga
tributária e juros elevados".
Lado empresarial
Executivos e empresários
de diversos setores receberam o anúncio da política industrial do governo com
mais entusiasmo e quase
sem ressalvas.
Entre as montadoras, Ford
e GM consideraram "bem estruturado" o conjunto de
medidas para incentivar as
exportações e aumentar a
produção.
O vice-presidente da GM
do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, cita o aumento
do prazo para o pagamento
do IPI e o alongamento nos
prazos de financiamento do
BNDES como algumas das
medidas que mais irão beneficiar o setor. "Já vi disso
[anúncios do governo para
estimular a indústria] várias
vezes. Pela primeira vez saí
entusiasmado."
Pela mesma linha segue o
diretor de Assuntos Corporativos para a Ford da América Sul, Rogelio Golfarb. "Já
faz praticamente 30 anos
que não temos uma política
industrial consistente. Essa
veio com uma definição clara
de metas e objetivos."
A direção da fabricante de
carrocerias Marcopolo também elogiou a iniciativa. O
diretor-geral da companhia,
Rubens de la Rosa, classificou a política industrial como "consistente, bem fundamentada e animadora".
No ramo siderúrgico, o diretor-presidente da Gerdau,
André Gerdau Johannpeter,
disse que o governo está no
"caminho certo" e que encarava com "bons olhos" a iniciativa de lançar uma nova
política industrial.
De acordo com ele, porém,
é "cedo" para afirmar que a
nova política industrial será
capaz de acelerar o investimento e garantir o pleno
abastecimento da crescente
demanda do consumo no
Brasil.
No segmento de eletrodomésticos, Armando Valle, diretor de Relações Institucionais da Whirlpool, que detém as marcas Brastemp e
Consul, disse que todas as
medidas que ajudem a exportação são bem-vindas pelo setor. De acordo com ele,
no entanto, as diretrizes da
política industrial deveriam
ser atualizadas anualmente.
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