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repercussão
Executivos avaliam bem as medidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Executivos e empresários de diversos setores receberam com entusiasmo
o anúncio da política industrial do governo.
Entre as montadoras,
Ford e GM consideraram
"bem-estruturado" o conjunto de medidas para incentivar as exportações e
aumentar a produção.
O vice-presidente da
GM do Brasil, José Carlos
Pinheiro Neto, cita o aumento do prazo para o pagamento do IPI e o alongamento nos prazos de financiamento do BNDES
como algumas das medidas que mais irão beneficiar o setor. "Já vi disso
[anúncios do governo para
estimular a indústria] várias vezes. Pela primeira
vez saí entusiasmado."
Pela mesma linha segue
o diretor de Assuntos Corporativos para a Ford da
América Sul, Rogelio Golfarb. "Já faz praticamente
30 anos que não temos
uma política industrial
consistente. Essa veio com
uma definição clara de
metas e objetivos."
A direção da fabricante
de carrocerias Marcopolo
também elogiou a iniciativa. Segundo o diretor-geral da companhia, Rubens
de la Rosa, a oferta de recursos para financiar exportações, pesquisa e desenvolvimento poderá beneficiar "positivamente as
atividades da Marcopolo".
De la Rosa classificou a política industrial como
"consistente, bem-fundamentada e animadora".
No segmento de eletrodomésticos, Armando Val-le, diretor de Relações Institucionais da Whirlpool,
que detém as marcas Brastemp e Consul, disse que
todas as medidas que ajudem a exportação são
bem-vindas pelo setor. "A
indústria de eletrodomésticos é muito forte na exportação, e a cotação do
dólar vem atrapalhando
esses planos."
Para ele, as diretrizes da
política industrial deveriam ser atualizadas
anualmente, a exemplo do
que ocorre em outros países. "Na velocidade em
que o mundo anda, não é
mais possível tomar decisões para quatro, cinco
anos, sem tocar mais nelas", acrescentou.
Presidente da Montana
Soluções Corporativas,
Carlos Almeida diz que a
desoneração da folha de
pagamentos contida na
política industrial deve gerar em sua empresa uma
sobra de até R$ 6 milhões
por ano para investimento. "Agora, podemos investir mais na qualificação
dos nossos funcionários."
Cautela
No ramo siderúrgico, o
diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse que o governo está no "caminho
certo" e que encarava com
"bons olhos" a iniciativa
de lançar uma nova política industrial.
Segundo ele, porém, é
"cedo" para afirmar que a
nova política industrial será capaz de acelerar o investimento e garantir o
pleno abastecimento da
crescente demanda do
consumo no Brasil e afastar o risco de inflação por
demanda. "Precisamos
entender melhor a política. Acho que está na direção certa", disse.
(AGNALDO BRITO, PAULO DE ARAUJO e TATIANA RESENDE)
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