São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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repercussão

Executivos avaliam bem as medidas

DA REPORTAGEM LOCAL

Executivos e empresários de diversos setores receberam com entusiasmo o anúncio da política industrial do governo.
Entre as montadoras, Ford e GM consideraram "bem-estruturado" o conjunto de medidas para incentivar as exportações e aumentar a produção.
O vice-presidente da GM do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, cita o aumento do prazo para o pagamento do IPI e o alongamento nos prazos de financiamento do BNDES como algumas das medidas que mais irão beneficiar o setor. "Já vi disso [anúncios do governo para estimular a indústria] várias vezes. Pela primeira vez saí entusiasmado."
Pela mesma linha segue o diretor de Assuntos Corporativos para a Ford da América Sul, Rogelio Golfarb. "Já faz praticamente 30 anos que não temos uma política industrial consistente. Essa veio com uma definição clara de metas e objetivos."
A direção da fabricante de carrocerias Marcopolo também elogiou a iniciativa. Segundo o diretor-geral da companhia, Rubens de la Rosa, a oferta de recursos para financiar exportações, pesquisa e desenvolvimento poderá beneficiar "positivamente as atividades da Marcopolo". De la Rosa classificou a política industrial como "consistente, bem-fundamentada e animadora".
No segmento de eletrodomésticos, Armando Val-le, diretor de Relações Institucionais da Whirlpool, que detém as marcas Brastemp e Consul, disse que todas as medidas que ajudem a exportação são bem-vindas pelo setor. "A indústria de eletrodomésticos é muito forte na exportação, e a cotação do dólar vem atrapalhando esses planos."
Para ele, as diretrizes da política industrial deveriam ser atualizadas anualmente, a exemplo do que ocorre em outros países. "Na velocidade em que o mundo anda, não é mais possível tomar decisões para quatro, cinco anos, sem tocar mais nelas", acrescentou.
Presidente da Montana Soluções Corporativas, Carlos Almeida diz que a desoneração da folha de pagamentos contida na política industrial deve gerar em sua empresa uma sobra de até R$ 6 milhões por ano para investimento. "Agora, podemos investir mais na qualificação dos nossos funcionários."

Cautela
No ramo siderúrgico, o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse que o governo está no "caminho certo" e que encarava com "bons olhos" a iniciativa de lançar uma nova política industrial.
Segundo ele, porém, é "cedo" para afirmar que a nova política industrial será capaz de acelerar o investimento e garantir o pleno abastecimento da crescente demanda do consumo no Brasil e afastar o risco de inflação por demanda. "Precisamos entender melhor a política. Acho que está na direção certa", disse.
(AGNALDO BRITO, PAULO DE ARAUJO e TATIANA RESENDE)


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