São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Corte de taxa do BNDES sairá por R$ 1 bi

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou reduções de "spreads" (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes) que terão impacto no balanço do banco de cerca de R$ 1 bilhão até 2010. Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, as reduções nas taxas de empréstimos equivalem a R$ 350 milhões/ano.
"A redução do "spread" tem custo, vai reduzir um pouco o lucro do banco, mas não podemos reduzir demais porque tenho de remunerar o acionista, o Tesouro Nacional. Preciso contribuir para o superávit primário, mas felizmente o BNDES é um banco que dá lucro", disse.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) ressaltou que o corte de taxas é equivalente ao fim da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas transações do banco.
O BNDES reduzirá de 1,4% a 1,1% o "spread" básico médio dos empréstimos. Também baixou a taxa de intermediação financeira de 0,8% a 0,5%. O "spread" básico para compra de bens de capital caiu de 1,5% a 0,9%. O prazo da linha Finame (Financiamento para Máquinas e Equipamentos) passou de cinco para dez anos.
Mantega anunciou ainda a prorrogação do programa Revitaliza Exportação e Investimento, uma linha de financiamento do BNDES com taxas fixas no valor de até R$ 9 bilhões.

Mais recursos
O banco trabalha com orçamento de R$ 210,4 bilhões até 2010 somente para financiamentos da indústria e de serviços. Com os 190 projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o volume total de desembolso em três anos deve superar R$ 300 bilhões.
Coutinho não deu detalhes, mas indicou que parte dos recursos do BNDES nos próximos anos deve vir do fundo soberano, que será detalhado em entrevista hoje em Brasília.
Com metas mais arrojadas para os próximos anos, Coutinho destacou que o banco priorizará com empréstimos mais baratos os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, engenharia e inovação e formação de capacidade produtiva. Regiões como Norte e Nordeste também terão benefícios.
O BNDES, o Banco do Brasil e o do Nordeste estruturam fundo de investimento em participações para capitalização de empresas no Nordeste com patrimônio de R$ 300 milhões.
O banco expandiu a linha de financiamento para inovação com taxa de 4,5% fixa. Ampliou o apoio não-reembolsável no âmbito do Funtec (Fundo Tecnológico) de R$ 100 milhões/ano para R$ 300 milhões/ano.
(JANAINA LAGE)


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