São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Leilão da hidrelétrica de Jirau tem dois inscritos

Investimento previsto na usina é de R$ 8,7 bilhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois consórcios se inscreveram para disputar a hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO). Confirmando o que já havia sido anunciado pelo Ministério de Minas e Energia no dia 10 do mês passado, deverão participar da disputa o consórcio liderado por Furnas/Odebrecht e outro, formado pelo grupo multinacional Suez Energy, pela empreiteira Camargo Correa e mais duas estatais, Chesf e Eletrosul.
Os nomes dos consórcios são Jirau Energia (Odebrecht Investimentos, com 17,6%, Construtora Norberto Odebrecht, 1%, Andrade Gutierrez, 12,4%, Cemig, 10%, Furnas, 39%, e bancos Banif e Santander, com 20%) e Energia Sustentável do Brasil (Suez Energy, com 50,1%, Camargo Corrêa, 9,9%, Eletrosul, 20%, e Chesf, 20%).
Para confirmarem a participação no leilão, os dois consórcios precisam depositar garantias, até amanhã, no valor de 1% do investimento, estimado em R$ 8,7 bilhões. A hidrelétrica de Jirau (3.300 MW), obra prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), é a segunda usina do chamado Complexo do Madeira. Se o cronograma for cumprido, começa a gerar energia em 2013. O governo definiu em R$ 91 por MWh (megawatt-hora) o preço máximo da energia da hidrelétrica.
O leilão será na segunda-feira e vencerá o consórcio que oferecer a menor tarifa, respeitado o teto fixado pelo governo. A primeira usina do complexo, Santo Antônio (3.150 MW), foi leiloada em dezembro de 2007. Na ocasião, o preço teto era de R$ 122 por MWh (34% maior que o de Jirau) e o leilão foi vencido pelo consórcio Furnas (estatal)/Odebrecht, com a mesma composição que disputará a usina de Jirau.
O consórcio vencedor ofereceu vender a energia por R$ 78,90 o MWh (deságio de 35,3%). A usina de Santo Antônio ainda não está em construção porque não obteve licença de instalação do Ibama. No cronograma do governo, a licença sairá até o fim de julho.
Segundo estudos da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o preço teto de R$ 91 por MWh é viável se o vencedor vender 30% da energia da usina para a indústria, no mercado livre, a R$ 124 o MWh (média). Ou seja, a indústria subsidiará o preço mais barato da energia a ser vendida ao mercado residencial. Ontem, 32 distribuidoras se inscreveram para comprar a energia gerada por Jirau.
Para chegar ao preço da tarifa teto, a EPE simulou vários custos, entre eles o de capital (juros sobre empréstimos feitos pelo vencedor da disputa). Na simulação, 75% do custo da obra poderá ser financiado. Desse total, 90% (cerca de R$ 6 bilhões) viriam do BNDES.


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