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Todas as classes consomem mais
no 1º tri
Pesquisa da LatinPanel aponta mudança nos hábitos dos consumidores, com mais refeições em casa
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A crise ainda não afetou o
consumo das famílias brasileiras com alimentos, bebidas, higiene e beleza e limpeza do lar.
Segundo pesquisa da LatinPanel, houve aumento em gastos e
em volume em todas as cestas
pesquisadas e classes sociais no
primeiro trimestre ante igual
período do ano anterior.
O volume de compras subiu
9%, e os gastos, 15%, com destaque para o consumo das famílias das classes D e E, beneficiadas pelo aumento real do salário mínimo e por programas sociais, como o Bolsa Família.
Parte dessa expansão se deve
à maior folga no orçamento
mensal com a diminuição na
demanda por bens duráveis,
que perderam mercado com a
retração no crédito.
A frequência de idas ao ponto
de venda também cresceu: 6%
no geral e 8% entre a população
de baixa renda. "O consumidor
está mais crítico, fazendo compras mais "picadinhas". Vai
comprando à medida que precisa", afirma Ana Claudia Fioratti, diretora-executiva do instituto de pesquisa que acompanha semanalmente 8.200 domicílios em todo o país.
A cesta de higiene e beleza foi
a que teve o maior crescimento
nos gastos no primeiro trimestre e nos últimos 12 meses encerrados em março na comparação com os respectivos períodos anteriores.
Para Marcos Quintarelli,
consultor especializado em varejo, isso reflete as despesas
mais criteriosas também com
serviços. Um exemplo: as pessoas preferem fazer tratamento e pintura de cabelo em casa
em vez de ir ao cabeleireiro. "O
consumidor está trocando hábitos de consumo e isso deve
continuar até o fim do ano."
Outra prova disso é que, pela
primeira vez desde o início da
pesquisa desse dado, em 2004,
as despesas com alimentação
em casa (7,8%) subiram acima
dos gastos com refeição fora
(3,6%), considerando 2008 ante o ano anterior. No confronto
de 2007 com 2006, os consumidores tinham gastado 5,4% menos para se alimentar no lar e
8,5% mais para comer fora.
Na avaliação da diretora da
LatinPanel, em tempos de crise
o consumidor fica ainda mais
atento à relação custo-benefício. Nos últimos 12 meses terminados em março, quase metade das categorias pesquisadas
(46%) teve expansão em volume e em gasto, como suco
pronto para beber, massa instantânea e sorvete.
Os supermercados estão de
olho nesse nicho. De acordo
com o presidente da Abras (associação do setor), Sussumu
Honda, as opções de comidas
pré-prontas nas gôndolas vêm
crescendo acompanhando a
demanda, que inclui também
os consumidores que levam esses pratos para o trabalho para
economizar no almoço.
Estudo em 11 mercados da
Europa, da Ásia e da América
Latina feito pela TNS World
Panel, grupo ao qual pertence a
LatinPanel, aponta o Brasil como o terceiro colocado em expansão no volume de compras
de bens não duráveis, considerando a variação nos últimos 12
meses até fevereiro. Em gasto,
o país ocupa a quarta posição.
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