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Investidores embolsam lucro, e Bolsa cai pelo 2º dia
Bovespa perde 1,28%; com ação
do BC, dólar sobe para R$ 2,068
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
Os investidores começaram
nesta semana a embolsar os ganhos nos preços das ações no
bimestre passado, e a Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo)
fechou em queda ontem pelo
segundo pregão consecutivo. O
dólar fez uma pausa na "queda
livre" recente, com uma nova
intervenção do Banco Central.
O termômetro da Bolsa de
Valores, o índice Ibovespa, recuou 1,28% e fechou ainda no
patamar dos 50 mil pontos. O
giro financeiro continuou acima da média, na casa dos R$ 5
bilhões.
Entre as maiores altas do dia,
esteve a ação preferencial da
Perdigão (13,28%), em meio a
notícias da iminência da conclusão do acordo para a fusão
da fabricante de alimentos com
sua rival Sadia, que também viu
suas ações subirem: 3,29%.
A agenda econômica da semana fica mais forte a partir de
hoje, e até sexta-feira indicadores como vendas no varejo, atividade industrial e inflação nos
Estados Unidos serão divulgados. A euforia recente pode ser
posta à prova nesta semana, o
que faz analistas esperarem vários dias de realização de lucros, quando os investidores
vendem ações que já subiram
bastante.
Ontem, indicadores da economia americana e chinesa não
agradaram aos investidores.
Nos EUA, o Departamento de
Comércio revelou a primeira
alta do déficit comercial americano em oito meses. Além disso, o país registrou o primeiro
déficit fiscal em abril desde
1983. Na China, o governo divulgou uma queda nas exportações maior que a prevista. O dado desanima principalmente
porque, diante da combalida
economia americana, a China é
vista justamente como uma das
esperanças de recuperação da
economia global.
"É fato que já está se dissipando a euforia das últimas semanas. Parece que os investidores estão um pouco mais
conscientes de que nós ainda
temos um longo caminho pela
frente [antes da retomada do
crescimento mundial]. O fluxo
de recursos estrangeiros, que
ajudou a Bolsa a disparar, também está um pouco mais lento", avalia Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial.
No mês, a Bolsa ainda acumula alta de 6,42%. No ano, a
valorização é de 34,02%.
Nos Estados Unidos, a Bolsa
de Nova York (Dow Jones) fechou em alta -de 0,60%-, mas
num dia de poucos negócios e
marcado pela queda de 20%
nas ações da montadora General Motors, que pode pedir concordata.
No mercado de câmbio, o
Banco Central comprou dólares pelo terceiro dia consecutivo, e a moeda fechou a R$
2,068, em alta de 0,44%. No
mês, o dólar ainda acumula
desvalorização de 5,18%. No
ano, a queda é de 11,4%.
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