São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Novo otimismo com a Europa faz Bovespa subir 1,24%

Houve avanços também na Europa; dólar volta a R$ 1,77

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados mostraram um pouco mais de otimismo ontem com a situação na Europa, principalmente com as medidas do governo espanhol para cortar os gastos públicos e reduzir o deficit do país.
O pacote de quase US$ 1 trilhão para defender o euro, após o entusiasmo inicial, foi alvo de algum ceticismo por parte de investidores e analistas.
Para muitos, o plano veio tardiamente e focado somente em resolver problemas de curto prazo, sem atacar questões fundamentais, como os rombos fiscais dos países mais fragilizados da zona do euro.
A disposição da Espanha em cortar 15 bilhões em despesas públicas até 2011 trouxe novo ânimo aos investidores, que também comemoraram as expansões do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro (0,2%) e da principal economia da Europa, a Alemanha (0,2%).
As Bolsas de Valores europeias refletiram essa mudança de ânimo e subiram, a exemplo de Londres (0,92%) e Paris (1,10%), com destaque para Frankfurt (2,41%).
Nos Estados Unidos, o índice das ações da Bolsa de Nova York, que é uma referência global, avançou 1,38%.
A Bovespa subiu 1,24%, batendo os 65.223 pontos. Alguns profissionais do mercado avaliam que, acima dos 66 mil pontos (pelo índice Ibovespa), a Bolsa tem mais chances de firmar uma tendência de recuperação dos preços.
A poucos dias da divulgação do balanço trimestral, as ações da Petrobras foram uma das que puxaram o mercado brasileiro. A ação preferencial subiu 0,94% e movimentou mais de 9% dos R$ 5,44 bilhões negociados no pregão de ontem.
Outro papel que também se destacou foi o da BM&FBovespa, empresa que administra as Bolsas brasileiras. A empresa teve lucro líquido de R$ 282,6 milhões no primeiro trimestre deste ano.
A cifra significa acréscimo de 24,5% sobre os ganhos do início de 2009 e animou os investidores, que fizeram a ação ordinária da empresa subir 7,5%.
O papel ficou no topo dos maiores ganhos do dia, considerando somente as ações mais negociadas do mercado brasileiro. Também foi uma das preferidas pelos investidores, sendo o terceiro ativo mais movimentado no pregão de ontem.
A empresa ganha mais com um fluxo maior de operações nas Bolsas. Nesse sentido, analistas destacaram mudanças na política de preços e os acordos internacionais como pontos favoráveis à empresa.
"A retomada do fluxo de investimento estrangeiro de forma mais intensa [entre outros fatores] pode nos surpreender positivamente, o que nos fará revisar (...) as expectativas do Ibovespa para o final do ano", afirmou a analista Laura Lyra, da Ativa Corretora, em seu relatório sobre o balanço.

Dólar tem queda
O mercado de câmbio doméstico continua a deixar para trás o nervosismo do início deste mês. Na sexta-feira passada, o dólar foi cotado a R$ 1,85, mas na segunda e terça-feiras mal encostou em R$ 1,80.
Em um dia de bom humor nas Bolsas de Valores, a moeda norte-americana foi vendida por R$ 1,773, o que significa decréscimo de 0,56%.
A agenda de indicadores econômicos teve poucos itens de destaque nesta semana, e hoje não deve ser diferente.
Sem números domésticos de relevo, a atenção do investidor estará voltada para as estatísticas do governo norte-americano sobre a demanda pelo auxílio-desemprego, um importante termômetro do mercado de trabalho nos Estados Unidos.


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