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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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MARCHA LENTA

BC Europeu reduz estimativa e culpa valorização do euro; para a instituição, expansão ficará entre 0,4% e 1%

Eurolândia deve crescer metade do previsto

DA REDAÇÃO

O Banco Central Europeu reduziu pela metade as já tímidas perspectivas de crescimento para os 12 países da zona do euro neste ano. A instituição cita fatores inesperados, como a pneumonia asiática e a forte valorização do euro diante do dólar, como motivo para o enfraquecimento da atividade no bloco econômico.
Segundo o BCE, que publica suas projeções macroeconômicas duas vezes ao ano (em junho e em dezembro), o crescimento na zona do euro ficará entre 0,4% e 1% neste ano e entre 1,1% e 2,1% no ano que vem.
No relatório divulgado em dezembro, a instituição esperava uma expansão entre 1,1% e 2,1% neste ano e um ritmo bem mais acelerado, entre 1,9% e 2,9%, para o ano que vem.
"A maior mudança nas perspectivas, na comparação com dezembro, é a apreciação do euro, de 11%, desde novembro de 2002", diz o relatório do BCE.
A valorização do euro reduz a competitividade dos exportadores europeus, porque seus produtos ficam mais caros no mercado internacional. Três países do bloco, Alemanha, Itália e Holanda, já sentem esse efeito e tiveram queda do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre.
A drástica freada na atividade explica a decisão do BCE, na semana passada, de cortar os juros em 0,5 ponto percentual, para 2% ao ano. Para analistas, o reconhecimento, por parte da autoridade monetária, de que o ritmo seguirá fraco nos próximos meses dá margem a uma nova redução na taxa de juros.
Reforça a expectativa de queda nos juros o fato de que o BCE também ajustou sua estimativa sobre a inflação. Antes o banco central esperava um índice entre 1,3% e 2,3%; agora vê os preços subindo dentro da margem 1,8% e 2,2%. A meta da instituição é manter a inflação próxima de 2,2% e, no mês passado, a taxa anualizada recuou para 2,1%.
"As taxas de inflação devem cair abaixo de 2% no médio prazo", afirma o relatório. Na estimativa do BCE, no ano que vem o índice de preços ficará entre 0,7% e 1,9%.
O presidente do BCE, Wim Duisenberg, tentou relativizar a especulação de que o banco vai reduzir a taxa de juros em sua próxima reunião. Durante sessão do Parlamento da União Européia, Duisenberg disse que ainda é cedo para decidir se existe a necessidade de um novo relaxamento da política monetária, mas afirmou que há espaço para novos cortes.


Com agências internacionais


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