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MARCHA LENTA
BC Europeu reduz estimativa e culpa valorização do euro; para a instituição, expansão ficará entre 0,4% e 1%
Eurolândia deve crescer metade do previsto
DA REDAÇÃO
O Banco Central Europeu reduziu pela metade as já tímidas perspectivas de crescimento para os 12
países da zona do euro neste ano.
A instituição cita fatores inesperados, como a pneumonia asiática e
a forte valorização do euro diante
do dólar, como motivo para o enfraquecimento da atividade no
bloco econômico.
Segundo o BCE, que publica
suas projeções macroeconômicas
duas vezes ao ano (em junho e em
dezembro), o crescimento na zona do euro ficará entre 0,4% e 1%
neste ano e entre 1,1% e 2,1% no
ano que vem.
No relatório divulgado em dezembro, a instituição esperava
uma expansão entre 1,1% e 2,1%
neste ano e um ritmo bem mais
acelerado, entre 1,9% e 2,9%, para
o ano que vem.
"A maior mudança nas perspectivas, na comparação com dezembro, é a apreciação do euro,
de 11%, desde novembro de
2002", diz o relatório do BCE.
A valorização do euro reduz a
competitividade dos exportadores europeus, porque seus produtos ficam mais caros no mercado
internacional. Três países do bloco, Alemanha, Itália e Holanda, já
sentem esse efeito e tiveram queda do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre.
A drástica freada na atividade
explica a decisão do BCE, na semana passada, de cortar os juros
em 0,5 ponto percentual, para 2%
ao ano. Para analistas, o reconhecimento, por parte da autoridade
monetária, de que o ritmo seguirá
fraco nos próximos meses dá
margem a uma nova redução na
taxa de juros.
Reforça a expectativa de queda
nos juros o fato de que o BCE
também ajustou sua estimativa
sobre a inflação. Antes o banco
central esperava um índice entre
1,3% e 2,3%; agora vê os preços
subindo dentro da margem 1,8%
e 2,2%. A meta da instituição é
manter a inflação próxima de
2,2% e, no mês passado, a taxa
anualizada recuou para 2,1%.
"As taxas de inflação devem cair
abaixo de 2% no médio prazo",
afirma o relatório. Na estimativa
do BCE, no ano que vem o índice
de preços ficará entre 0,7% e 1,9%.
O presidente do BCE, Wim Duisenberg, tentou relativizar a especulação de que o banco vai reduzir a taxa de juros em sua próxima
reunião. Durante sessão do Parlamento da União Européia, Duisenberg disse que ainda é cedo para decidir se existe a necessidade
de um novo relaxamento da política monetária, mas afirmou que
há espaço para novos cortes.
Com agências internacionais
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