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Sem seguro, Bolívia adia controle de duas refinarias
Cerimônia marcada para hoje com presença de Morales é adiada até acerto com seguradoras; Petrobras confirma pagamento
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Por falta de um contrato de
seguro, a Bolívia adiou por tempo indeterminado o controle
administrativo das duas refinarias da Petrobras. A transferência estava marcada para ontem
e incluía uma cerimônia com o
presidente Evo Morales.
"[A estatal] YPFB Refinación
S.A. não pode trabalhar nem
um só segundo sem ter seguro,
por isso preferimos que, conforme as normas, proceda-se
com o processo de contratação
das empresas de seguro", disse
o presidente da empresa, Guillermo Aruquipa, em nota. Ele
disse que o problema deve estar
resolvido "nos próximos dias".
Mais tarde, o governo boliviano informou que está preparando uma nova licitação internacional para a escolha da seguradora. Até o fim do impasse,
as plantas continuam sob a administração da Petrobras.
A Petrobras Bolívia diz esperar que o impasse seja resolvido
"nas próximas horas".
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, confirmou ontem que a estatal boliviana YPFB efetuou o pagamento de US$ 56 milhões referente à primeira parcela das
duas refinarias -de um total de
US$ 112 milhões. O segundo pagamento deverá ser feito até o
dia 11 de agosto.
Segundo Barbassa, a transferência interbancária já foi realizada e os recursos estão disponíveis na conta da Petrobras.
Ele evitou falar dos motivos
apresentados pela YPFB para
solicitar o adiamento do prazo.
Disse apenas que se tratava "de
assuntos do lado boliviano, e
não do da Petrobras".
Até ontem, apenas três seguradoras bolivianas haviam
apresentado propostas, mas foram todas rechaçadas porque
não tinham resseguro de outras
empresas. O resseguro é geralmente ativado quando a seguradora tem de pagar prêmio alto sem ter todos os recursos.
A cerimônia do controle das
refinarias constava na agenda
de Morales distribuída pela
Presidência boliviana ontem. O
ato seria realizado na refinaria
de Cochabamba -a outra está
localizada em Santa Cruz.
Promessa de campanha
Privatizadas em 1999, quando a Petrobras as comprou por
US$ 104 milhões, as duas refinarias são responsáveis pelo
abastecimento de quase todo o
mercado interno boliviano.
A reestatização é uma promessa de campanha de Morales e foi incluída no decreto de
nacionalização dos hidrocarbonetos, em maio do ano passado.
Apesar da importância estratégica para a Bolívia, as duas
plantas são bem modestas em
comparação com as outras refinarias da Petrobras.
Em volume produzido em
2006, ocuparam a penúltima e
a antepenúltima colocação entre as 16 refinarias da empresa.
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