São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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Sem seguro, Bolívia adia controle de duas refinarias

Cerimônia marcada para hoje com presença de Morales é adiada até acerto com seguradoras; Petrobras confirma pagamento

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Por falta de um contrato de seguro, a Bolívia adiou por tempo indeterminado o controle administrativo das duas refinarias da Petrobras. A transferência estava marcada para ontem e incluía uma cerimônia com o presidente Evo Morales.
"[A estatal] YPFB Refinación S.A. não pode trabalhar nem um só segundo sem ter seguro, por isso preferimos que, conforme as normas, proceda-se com o processo de contratação das empresas de seguro", disse o presidente da empresa, Guillermo Aruquipa, em nota. Ele disse que o problema deve estar resolvido "nos próximos dias".
Mais tarde, o governo boliviano informou que está preparando uma nova licitação internacional para a escolha da seguradora. Até o fim do impasse, as plantas continuam sob a administração da Petrobras.
A Petrobras Bolívia diz esperar que o impasse seja resolvido "nas próximas horas".
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, confirmou ontem que a estatal boliviana YPFB efetuou o pagamento de US$ 56 milhões referente à primeira parcela das duas refinarias -de um total de US$ 112 milhões. O segundo pagamento deverá ser feito até o dia 11 de agosto.
Segundo Barbassa, a transferência interbancária já foi realizada e os recursos estão disponíveis na conta da Petrobras. Ele evitou falar dos motivos apresentados pela YPFB para solicitar o adiamento do prazo. Disse apenas que se tratava "de assuntos do lado boliviano, e não do da Petrobras".
Até ontem, apenas três seguradoras bolivianas haviam apresentado propostas, mas foram todas rechaçadas porque não tinham resseguro de outras empresas. O resseguro é geralmente ativado quando a seguradora tem de pagar prêmio alto sem ter todos os recursos.
A cerimônia do controle das refinarias constava na agenda de Morales distribuída pela Presidência boliviana ontem. O ato seria realizado na refinaria de Cochabamba -a outra está localizada em Santa Cruz.

Promessa de campanha
Privatizadas em 1999, quando a Petrobras as comprou por US$ 104 milhões, as duas refinarias são responsáveis pelo abastecimento de quase todo o mercado interno boliviano.
A reestatização é uma promessa de campanha de Morales e foi incluída no decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, em maio do ano passado.
Apesar da importância estratégica para a Bolívia, as duas plantas são bem modestas em comparação com as outras refinarias da Petrobras.
Em volume produzido em 2006, ocuparam a penúltima e a antepenúltima colocação entre as 16 refinarias da empresa.


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