São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Títulos dos EUA batem recorde e afetam Bolsas

Cresce temor sobre alta de juros; Bovespa recua 1,86%

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O juro dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de dez anos, os mais comercializados papéis de renda fixa do mundo, atingiram ontem 5,27% anuais, maior valor em cinco anos. Ontem, a China divulgou inflação anualizada de 3,3 % até maio, um dado considerado assustador pelos mercados internacionais e que alimentou o receio de uma ação coordenada de aumento nos juros entre as principais economias do mundo.
No mercado de títulos, os papéis de dez anos dos EUA chegaram a render 5,27%, mas encerraram o dia em 5,248%. Na segunda, esses papéis foram negociados com rendimento de 5,13%, e, em março, ainda estavam na casa de 4,68%.
Considerado um investimento de risco zero de calote, rendimentos mais altos desses títulos tendem a tornar menos atrativos investimentos em ativos mais arriscados, como ações e papéis de da dívida de países emergentes.
O resultado foi mais um dia de queda nos mercados acionários. A Bolsa de Valores de Nova York terminou o dia com forte baixa de 0,97% no índice Dow Jones e de 1,07% no S&P 500. A Nasdaq teve baixa de 0,87%.
A Bovespa seguiu o mau humor internacional e recuou 1,86% no Ibovespa, que voltou a 51.797 pontos, novamente abaixo de 52 mil.
A preocupação com a inflação chinesa (leia abaixo) pegou os mercados em alerta com eventuais aumentos acima do esperado nos preços nos EUA. Nesta semana, saem dois indicadores cruciais de inflação no país: o PPI (índice de preços no atacado), amanhã, e o CPI (índice de preços ao consumidor), na sexta-feira.
"O CPI pode trazer surpresas desagradáveis. Se vier fora da curva e para cima, poderá ser um deflagrador de uma forte realização [baixa nos mercado]. [Lembro que] Não teve a realização de maio. Pode ser uma realização mais crítica, que dura um certo tempo", disse Jason Vieira, economista-chefe da UpTrend.

Dólar
No mercado de câmbio, o dólar encerrou a R$ 1,947 para venda, com alta de 0,25%. Mais uma vez, o Banco Central entrou no mercado comprando moeda no encerramento dos negócios, o que ajudou a elevar as cotações.


Texto Anterior: Nobel: Phelps defende mais crédito para pequena empresa
Próximo Texto: Ásia: Inflação chinesa tem maior ritmo em 27 meses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.