São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Brasileiro paga o dobro de tributo comparado a 1995, afirma Firjan

Apesar de o governo defender mais um tributo, a CSS (Contribuição Social para a Saúde), aprovada na quarta pela Câmara dos Deputados em substituição à CPMF, a carga tributária não pára de subir.
Estudo realizado pela Firjan mostra que o total de impostos pagos por cada pessoa praticamente dobrou nos últimos 13 anos. Em 1995, cada brasileiro pagava R$ 2.625 em impostos. Já neste ano, a arrecadação per capita deve saltar para R$ 4.925, a preços constantes de 2007, descontada a inflação do período medida pelo INPC.
Em 2008, a arrecadação per capita deve crescer 4,4% em relação ao ano passado. De acordo com a pesquisa da Firjan, neste ano, o brasileiro terá que trabalhar quatro meses e nove dias para pagar os tributos, dois dias a mais do que no ano passado. Em dez anos, o contribuinte precisou trabalhar quase um mês a mais para pagar os tributos.
O estudo mostra que a carga tributária, em 2008, deve atingir 35,4% do PIB -alta de 0,5 ponto percentual em relação ao recorde do ano passado. Os cálculos foram feitos pela Firjan baseados em dados da Secretaria da Receita Federal e do Orçamento da União aprovado para 2008.
A economista Luciana de Sá, diretora de desenvolvimento econômico do sistema Firjan, diz que não só a carga tributária do Brasil é comparável com países que oferecem melhores serviços públicos como ela continua subindo permanentemente, apesar de já ser alta.
As recentes medidas de desoneração anunciadas pelo governo federal, segundo a economista, não serão suficientes para que a carga tributária caia neste ano. "A desoneração só atinge poucos setores", diz Luciana, que aponta o crescimento dos gastos públicos como o principal responsável pelo aumento da carga tributária.
A economista diz que a arrecadação sobe acima do crescimento da economia e critica a aprovação da CSS.
"Não faz sentido aprovarmos uma nova contribuição se, no Congresso, está sendo discutida uma reforma tributária que torna nosso sistema muito mais racional", afirma.

MIGRAÇÃO
O executivo Marcelo Zenga, que atuou na BCP e na Claro, estréia no mercado de fabricantes de celulares. Ele acaba de assumir a diretoria de marketing da Palm com uma estratégia agressiva de lançamento de um pequeno smartphone no Brasil. O Palm Centro -aparelho com navegador de internet, tocador multimídia e câmera- tem tamanho de um celular e pode custar "de R$ 0 a R$ 949 dependendo do plano da operadora", segundo Zenga, que diz que a idéia é provocar a migração dos usuários de celular para o smartphone. °O aparelho, que já foi lançado nos EUA, teve mais de 1 milhão de vendas em cinco meses. "Cerca de 70% eram pessoas que tinham celular e mudaram."

À MESA
A Emplarel, especializada em móveis para empresas de alimentação e importadora de equipamentos para cozinha, quer aumentar o faturamento em 30% até julho de 2009. A participação da venda das máquinas importadas no faturamento, que era de 13% em 2004, deve passar para 50% neste ano. "O setor de "food service" passa por uma profissionalização e as empresas só terão uma boa rentabilidade se investirem em equipamentos de ponta", diz Marcos Farah, diretor comercial da Emplarel.

BATERIA
A Telefónica (a da Espanha, com acento agudo no "o") obteve a exclusividade no lançamento do iPhone no mercado espanhol. Agora, decidiu estendê-la aos países latino-americanos em que opera, Brasil inclusive (com a Telefônica, com acento circunflexo). Diz o presidente do grupo, César Alierta: "Os 16 países nos quais somos provedores de iPhone representam um mercado potencial de 500 milhões de pessoas, o que situa a Telefónica como um dos distribuidores globais líderes nesse revolucionário terminal".

IMPACTO
Após 30 anos de vaivém judicial, o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, ontem, tomou posse da área da empresa Manikraft Guaianazes Indústria de Celulose e Papel, na área de inundação do reservatório de Taiaçupeba, em Suzano. A decisão encerra o processo de desapropriação de 1978 e permite ao governo iniciar a demolição da fábrica e concluir o fechamento da barragem e o enchimento do reservatório. Em 30 anos, o Estado já pagou, por meio do DAEE, cerca de R$ 46,75 milhões à Manikraft pela desapropriação.

ESTRÉIA
A MPM fará hoje a estréia de um novo anunciante, a Quattor, empresa petroquímica brasileira fruto da união da Unipar e da Petrobras. A campanha chega à mídia nacional com filmes, anúncios, spots de rádio e mídia exterior.

CADEIRAS
Alcides de Souza Amaral, ex-presidente do Citibank no Brasil, é o novo membro do Conselho de Administração do Bicbanco. A instituição também aprovou a promoção do diretor-executivo, Paulo Celso Del Ciampo, a vice-presidente-executivo.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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