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Elevação de juros pede "sacrifício", afirma BNDES
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE
Para o presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Luciano Coutinho, o país passará por um período de "sacrifício" nos próximos meses pelo
novo ciclo de aumento de juros
iniciado pelo Banco Central.
"A preocupação firme do
presidente [Lula] é impedir que
a inflação escape de controle, e
ela não vai escapar", disse Coutinho, que participou ontem de
congresso organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. "Será um sacrifício transitório, que tem
custo fiscal, mas é necessário
para atravessarmos essa etapa
de pressão inflacionária -que é
mundial. O Brasil está bem posicionado; porém, isso não significa que possa relaxar."
Coutinho disse acreditar que
a alta da Selic não vai afetar o
ânimo dos empresários. "Do
posto de observação privilegiado que é o BNDES -ao qual os
empreendedores se dirigem
em busca de crédito-, vejo que
a confiança no país a médio e
longo prazo continua firme."
O economista ressaltou que o
repique inflacionário é momentâneo. "Vem de fora, puxado pela alta dos preços das
commodities e dos alimentos."
O setor produtivo foi convocado pelo presidente do
BNDES para ajudar no controle da inflação. "Temos o BC cuidando de um aspecto [a política
monetária], e o setor produtivo
precisa dar a sua resposta." Para Coutinho, indústria e agricultura devem garantir oferta
para a demanda interna.
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