São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Fraga sugere que gastos do governo tenham limite

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente do BC Armínio Fraga criticou ontem o ritmo de crescimento dos gastos do governo. O economista, sócio da administradora de fundos Gávea Investimentos, disse que um aperto fiscal maior permitiria redução da taxa de juros e mais crescimento econômico. Ele sugeriu a adoção de um limite para o gasto público.
Para Fraga, o aumento dos gastos do governo a cada ano deveria ser três pontos percentuais abaixo do crescimento do PIB no mesmo período. Se a economia crescer 5% este ano, os gastos públicos deveriam se elevar no máximo 2%.
"É preciso, com relativa urgência, trabalhar para controlar o aumento do gasto público. Esse é um obstáculo para o crescimento do Brasil e a redução da taxa de juros", disse Fraga, em audiência na Câmara, ao lado do diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini.
O ex-presidente do BC criticou, ainda, os bancos centrais do mundo todo que demoraram a reagir contra o crescimento da inflação mundial. Ele elogiou a autoridade monetária do Brasil, que iniciou o aumento dos juros em abril.
"O BC [do Brasil] está fazendo exatamente o que tem que fazer. Vemos aqui um dos poucos casos de bancos centrais no mundo que se anteciparam a essa situação séria de inflação. A meu ver, vai lidar com essa questão com um custo muito menor que os outros que não seguraram na hora certa."
Fraga classificou a demora dos BCs do mundo ao atentar para a inflação como uma "bobeada coletiva".


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