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Fraga sugere que gastos do governo tenham limite
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente do BC Armínio Fraga criticou ontem o ritmo de crescimento dos gastos
do governo. O economista, sócio da administradora de fundos Gávea Investimentos, disse
que um aperto fiscal maior permitiria redução da taxa de juros
e mais crescimento econômico.
Ele sugeriu a adoção de um limite para o gasto público.
Para Fraga, o aumento dos
gastos do governo a cada ano
deveria ser três pontos percentuais abaixo do crescimento do
PIB no mesmo período. Se a
economia crescer 5% este ano,
os gastos públicos deveriam se
elevar no máximo 2%.
"É preciso, com relativa urgência, trabalhar para controlar o aumento do gasto público.
Esse é um obstáculo para o
crescimento do Brasil e a redução da taxa de juros", disse Fraga, em audiência na Câmara, ao
lado do diretor de Normas do
BC, Alexandre Tombini.
O ex-presidente do BC criticou, ainda, os bancos centrais
do mundo todo que demoraram a reagir contra o crescimento da inflação mundial. Ele
elogiou a autoridade monetária
do Brasil, que iniciou o aumento dos juros em abril.
"O BC [do Brasil] está fazendo exatamente o que tem que
fazer. Vemos aqui um dos poucos casos de bancos centrais no
mundo que se anteciparam a
essa situação séria de inflação.
A meu ver, vai lidar com essa
questão com um custo muito
menor que os outros que não
seguraram na hora certa."
Fraga classificou a demora
dos BCs do mundo ao atentar
para a inflação como uma "bobeada coletiva".
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