São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Santander paga R$ 1 bi por prédio da Eletropaulo

Esqueleto era "mico" desde meados dos anos 80

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos maiores micos do mercado imobiliário brasileiro, o antigo esqueleto da Eletropaulo na avenida Juscelino Kubitschek (zona sul de São Paulo) será a nova sede no país do banco espanhol Santander a partir de 2009, quando já tiver integrado as operações do banco Real, comprado no ano passado. Pelo prédio, o grupo espanhol pagará R$ 1,06 bilhão para a construtora W/Torre.
O edifício tem 28 andares e ficará num complexo que terá um hotel cinco-estrelas, outra torre de escritórios, um heliponto e um shopping, que se integrará com a butique Daslu.
Construído pela W/Torre, uma das primeiras a investir no boom imobiliário da região, o complexo fica ao lado da ponte Cidade Jardim, na marginal Pinheiros, um dos endereços mais caros da cidade.
Segundo o Santander, trata-se do maior complexo comercial do país. O edifício terá uma certificação de "prédio verde", que respeita a natureza a partir de projetos de uso eficiente de água, energia e exposição solar.
Segundo o consultor Luiz Paulo Pompéia, da Embraesp, o Santander pagou um preço alto, porém, "razoável" pelo prédio, devido à localização, ao tamanho e à sofisticação do empreendimento. O prédio sai por cerca de R$ 13 mil o metro quadrado. "É um valor bastante razoável para a região, que é uma das mais caras da cidade. O prédio será um AAA [de melhor qualidade no mercado]. É muito difícil conseguir uma área tão grande hoje em São Paulo."
Em meados dos anos 80, a Eletropaulo decidiu fazer sua sede no terreno ao lado da ponte Cidade Jardim, mas esbarrou em inúmeras dificuldades. Com a previsão de construir duas torres e mais um shopping, o empreendimento tinha um porte correspondente ao dobro do permitido à época, o que obrigava a Eletropaulo a investir em projetos de desfavelização. Devido à qualidade do solo, o prédio demandava reforço extra em suas fundações, o que também encarecia o projeto. O preço acabou inviabilizando a obra, tocada pela Andrade Gutierrez.
Com a privatização da Eletropaulo, em 1998, os novos donos colocaram o prédio em leilão diversas vezes até que o português banco Espírito Santo o comprou por pouco mais de R$ 140 milhões. Apenas em 2006, os portugueses venderam o espaço por cerca de R$ 350 milhões para a W/Torre.


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