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Santander paga R$ 1 bi por prédio da Eletropaulo
Esqueleto era "mico" desde meados dos anos 80
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos maiores micos do
mercado imobiliário brasileiro,
o antigo esqueleto da Eletropaulo na avenida Juscelino Kubitschek (zona sul de São Paulo) será a nova sede no país do
banco espanhol Santander a
partir de 2009, quando já tiver
integrado as operações do banco Real, comprado no ano passado. Pelo prédio, o grupo espanhol pagará R$ 1,06 bilhão para
a construtora W/Torre.
O edifício tem 28 andares e
ficará num complexo que terá
um hotel cinco-estrelas, outra
torre de escritórios, um heliponto e um shopping, que se integrará com a butique Daslu.
Construído pela W/Torre,
uma das primeiras a investir no
boom imobiliário da região, o
complexo fica ao lado da ponte
Cidade Jardim, na marginal Pinheiros, um dos endereços
mais caros da cidade.
Segundo o Santander, trata-se do maior complexo comercial do país. O edifício terá uma
certificação de "prédio verde",
que respeita a natureza a partir
de projetos de uso eficiente de
água, energia e exposição solar.
Segundo o consultor Luiz
Paulo Pompéia, da Embraesp, o
Santander pagou um preço alto, porém, "razoável" pelo prédio, devido à localização, ao tamanho e à sofisticação do empreendimento. O prédio sai por
cerca de R$ 13 mil o metro quadrado. "É um valor bastante razoável para a região, que é uma
das mais caras da cidade. O prédio será um AAA [de melhor
qualidade no mercado]. É muito difícil conseguir uma área
tão grande hoje em São Paulo."
Em meados dos anos 80, a
Eletropaulo decidiu fazer sua
sede no terreno ao lado da ponte Cidade Jardim, mas esbarrou em inúmeras dificuldades.
Com a previsão de construir
duas torres e mais um shopping, o empreendimento tinha
um porte correspondente ao
dobro do permitido à época, o
que obrigava a Eletropaulo a investir em projetos de desfavelização. Devido à qualidade do
solo, o prédio demandava reforço extra em suas fundações,
o que também encarecia o projeto. O preço acabou inviabilizando a obra, tocada pela Andrade Gutierrez.
Com a privatização da Eletropaulo, em 1998, os novos donos colocaram o prédio em leilão diversas vezes até que o português banco Espírito Santo o
comprou por pouco mais de R$
140 milhões. Apenas em 2006,
os portugueses venderam o espaço por cerca de R$ 350 milhões para a W/Torre.
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