São Paulo, sábado, 13 de junho de 2009

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Países ricos querem que o FMI estude redução de estímulo

Governos devem cortar gastos e aumentar juros quando a recuperação econômica se consolidar

DA REDAÇÃO

Os países que integram o G8 (grupo que reúne oito das maiores economias mundiais) vão pedir ao FMI (Fundo Monetário Internacional) que estude maneiras para reduzir os trilhões de dólares usados nos últimos meses para tentar resgatar a economia global da pior recessão em 60 anos, de acordo com uma pessoa que conhece o plano. O pedido deve ser feito hoje, quando acaba a reunião na Itália dos ministros das Finanças desses países.
O estudo do FMI deve servir como justificativa política para os governos quando eles começarem a reduzir os gastos estatais em planos de estímulo e quando os bancos centrais voltarem a aumentar os juros -que, em boa parte dos países desenvolvidos, estão no menor nível histórico.
No entanto isso não deve significar que esses países vão cortar logo os gastos ou apertar a política monetária (medidas que foram adotadas para combater a crise). Porém, eles pretendem sinalizar aos mercados financeiros que a recuperação está próxima e que ela não deve vir à custa de um forte aumento da inflação, que é uma das possíveis consequências do crescimento do déficit orçamentário.
Existe o temor nos mercados de que o aumento da dívida pública vá alimentar, no futuro, a inflação e que isso prejudique as finanças dos governos. Essa preocupação se traduziu, nas últimas semanas, no aumento do retorno pago pelos títulos de governos, como o dos Estados Unidos.
O ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbruek, disse, no entanto, que é "difícil" encontrar apoio no G8 a iniciativas para reduzir o déficit monetário quando a recuperação econômica ganhar ritmo.
Segundo ele, a Alemanha (que, devido ao histórico de hiperinflação, tem um forte controle sobre os preços) é o único país do grupo que adotou um programa de estímulo fiscal que inclui regra que exige a redução da dívida pública.
Para ele e para o colega canadense, Jim Flaherty, é preciso começar a discutir agora a reorganização das finanças públicas após a crise.


Com agências internacionais


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