|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Países ricos querem que o FMI estude redução de estímulo
Governos devem cortar gastos e aumentar juros
quando a recuperação econômica se consolidar
DA REDAÇÃO
Os países que integram o G8
(grupo que reúne oito das
maiores economias mundiais)
vão pedir ao FMI (Fundo Monetário Internacional) que estude maneiras para reduzir os
trilhões de dólares usados nos
últimos meses para tentar resgatar a economia global da pior
recessão em 60 anos, de acordo
com uma pessoa que conhece o
plano. O pedido deve ser feito
hoje, quando acaba a reunião
na Itália dos ministros das Finanças desses países.
O estudo do FMI deve servir
como justificativa política para
os governos quando eles começarem a reduzir os gastos estatais em planos de estímulo e
quando os bancos centrais voltarem a aumentar os juros
-que, em boa parte dos países
desenvolvidos, estão no menor
nível histórico.
No entanto isso não deve significar que esses países vão cortar logo os gastos ou apertar a
política monetária (medidas
que foram adotadas para combater a crise). Porém, eles pretendem sinalizar aos mercados
financeiros que a recuperação
está próxima e que ela não deve
vir à custa de um forte aumento
da inflação, que é uma das possíveis consequências do crescimento do déficit orçamentário.
Existe o temor nos mercados
de que o aumento da dívida pública vá alimentar, no futuro, a
inflação e que isso prejudique
as finanças dos governos. Essa
preocupação se traduziu, nas
últimas semanas, no aumento
do retorno pago pelos títulos de
governos, como o dos Estados
Unidos.
O ministro das Finanças da
Alemanha, Peer Steinbruek,
disse, no entanto, que é "difícil"
encontrar apoio no G8 a iniciativas para reduzir o déficit monetário quando a recuperação
econômica ganhar ritmo.
Segundo ele, a Alemanha
(que, devido ao histórico de hiperinflação, tem um forte controle sobre os preços) é o único
país do grupo que adotou um
programa de estímulo fiscal
que inclui regra que exige a redução da dívida pública.
Para ele e para o colega canadense, Jim Flaherty, é preciso
começar a discutir agora a reorganização das finanças públicas
após a crise.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Intervenções são temporárias, diz Summers Próximo Texto: "G8 morreu, não tenho dúvida", diz Amorim Índice
|