DE BUENOS AIRES

As restrições bancárias impostas pelo curralzinho foram as principais responsáveis pelo crescimento de 100% no número de sequestros-relâmpago registrados na Argentina.
Segundo dados oficiais divulgados pelo jornal "Ámbito Financeiro", apenas na Província de Buenos Aires foram registrados cem sequestros no primeiro semestre, ou o dobro do verificado no mesmo período de 2001.
O curralzinho foi apontado por especialistas como responsável pela explosão da violência contra o cidadão porque as restrições para os saques impostas pelo governo em dezembro fizeram com que os bancos reduzissem o volume de dinheiro disponível nas agências. Por isso, ex-assaltantes de banco estariam preferindo os sequestros-relâmpago.
Além disso, revoltada com o congelamento dos depósitos, a população passou a guardar os recursos economizados em casa. Os sequestradores perceberam que poderiam receber mais rapidamente os resgates - em geral menos de 10 mil pesos.
Preocupado, o governo federal prometeu aumentar o número de policiais nas ruas. O secretário de Segurança, Juan José Alvarez, disse que a Polícia Federal vai reincorporar 2.500 policiais federais que hoje estão na reserva.
Apesar do crescimento, a violência na Argentina está abaixo da de outros países latino-americanos. Na Colômbia, houve 3.706 sequestros em 2001. Em São Paulo, foram 171 sequestros nos primeiros cinco meses do ano.(JS)


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