DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai editar uma medida provisória na próxima segunda-feira para simplificar os procedimentos burocráticos exigidos para o pagamento dos créditos complementares da correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) referentes à correção dos planos Verão (janeiro de 1989) e Collor 1 (abril de 1990). A CEF (Caixa Econômica Federal) divulgará os detalhes da medida na próxima semana.
A medida beneficiará os trabalhadores que têm até R$ 100 para receber. Eles poderão sacar o valor em todas as agências da CEF apresentando apenas a carteira de identidade e o número do PIS.
O objetivo da medida é eliminar alguns entraves burocráticos para agilizar a retirada do benefício. Nota divulgada ontem pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, diz que "o importante é ter presente que a medida beneficia um universo amplo de correntistas e já vai estar em operação muito proximamente".

Desinformação
Aproximadamente 34 milhões de pessoas têm direito a receber até R$ 100. Esses trabalhadores representam 85 milhões de contas que equivalem a 74% dos correntistas que têm direito a receber a correção do FGTS.
A CEF atribui as enormes filas em agências para o saque da correção do FGTS à desinformação dos trabalhadores.
Segundo a instituição, durante as triagens realizadas nas agências, verificou-se que muitos trabalhadores desconheciam a necessidade do preenchimento do Termo de Adesão para o recebimento do dinheiro. Para contornar o problema, a CEF decidiu aumentar a veiculação de anúncios para esclarecer os trabalhadores.
A falta de documentação e a procura pelo dinheiro antes do prazo mínimo para o processamento do pedido de saque (cerca de 30 dias) também fizeram com que a CEF intensificasse a divulgação de informações em emissoras de rádio e jornais regionais.
O rádio é o veículo preferencial, por atingir as camadas mais baixas da população, que não têm acesso a material impresso, segundo a CEF.

Adesão
O prazo para adesão vai até dezembro de 2003. O saque do dinheiro poderá ser feito a qualquer tempo, com correção monetária. Portanto não há necessidade de corrida às agências.
O aumento da procura já era esperado pela CEF. A média diária de adesões era de 50 mil processos até maio. A partir de junho, passou para 250 mil adesões por dia.
Para evitar congestionamentos e filas, 920 agências em todo o país estenderam seu horário de funcionamento em até cinco horas desde o dia 26 de junho. O mesmo número de agências está abrindo aos sábados.
Para o atendimento nos finais de semana, a CEF optou por agências próximas a bairros residenciais. O esquema funcionará até o final deste mês, mas pode ser prorrogado de acordo com a demanda.
Além disso, foram contratados 5.212 prestadores de serviços para trabalhar diretamente no atendimento.