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PR faz campanha contra o produto
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Depois de proibir a exportação
de soja transgênica pelo porto de
Paranaguá, o governo do Paraná
lançou campanha publicitária em
que ataca a multinacional Monsanto. Na campanha, o governo
Roberto Requião (PMDB) informa que os produtores paranaenses economizaram US$ 60 milhões ao deixar de plantar a soja
modificada pela multinacional.
Outdoors espalhados por 200
dos 399 municípios paranaenses
anunciam que esse é o valor que o
Brasil deixou de pagar à Monsanto em royalties com a decisão do
governo paranaense de proibir a
exportação de transgênicos pelo
porto paranaense.
Ontem, o assessor de imprensa
de Roberto Requião, Benedito Pires, e o secretário de Comunicação Social do Paraná, Airton Pissetti, negaram que a campanha
publicitária seja uma "provocação" à multinacional, com quem
o governador paranaense trava
uma batalha pessoal.
"O paranaense, depois de toda a
polêmica da proibição do plantio,
comercialização, transporte e exportação de transgênicos pelo Paraná, precisa ser informado das
razões pelas quais o governo Requião tomou a medida. A campanha é de informação, não de provocação", disse Pires.
Airton Pissetti lembrou que o
Rio Grande do Sul vai ter que pagar royalties à multinacional, e
que o Paraná mostra que não exportar soja transgênica é uma forma de poupar divisas para o país.
Área experimental
A disputa entre Requião e a
Monsanto não se restringe à proibição do plantio da soja modificada no Estado. Há um ano, a Monsanto teve sua unidade experimental de Ponta Grossa (PR) invadida pelo MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra). A área foi transformada
em unidade de pesquisa agroecológica com o apoio de Requião.
Em nota oficial ontem, o diretor
de Comunicação da Monsanto,
Lúcio Mocsányi, preferiu não polemizar. Na nota, ele afirma que
"os benefícios econômicos e de
utilização da soja RR (resistente
ao roundup, um herbicida) já foram atestados por milhões de
agricultores no Brasil e de outros
países que optaram por utilizar
essa tecnologia legalmente há vários anos".
Mocsányi continua: "Acreditamos que existe mercado para todos os tipos de soja -transgênica
ou não- e que os produtores devem ter a liberdade de escolher
aquela que preferir e que seja melhor para seu manejo e para o ambiente".
Embora o governo anuncie que
economizou US$ 60 milhões, a
decisão de não exportar soja
transgênica provocou a perda da
liderança, pela primeira vez, do
porto de Paranaguá na exportação de soja em grão para o porto
de Santos (SP).
Nos cinco primeiros meses do
ano, o porto paulista exportou
3,52 milhões de toneladas de soja
em grão, contra 2,93 milhões do
porto paranaense.
Até o final de junho, Paranaguá
mostrava uma redução de 15%
nas exportações de soja em grão
em relação aos primeiros seis meses do ano passado.
No complexo soja (grão, farelo e
óleo), no entanto, o porto paranaense continua líder nacional,
com um total de 6,81 milhões de
toneladas em exportações até junho, contra 7,5 milhões de toneladas no mesmo período do ano
passado.
Colaborou Fausto Siqueira,
da Agência Folha, em Santos
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