São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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Empresa inicia licitação de petroleiro

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Às vésperas da troca de comando na Petrobras, a subsidiária Transpetro anunciou ontem a habilitação de quatro consórcios para disputar a licitação para a construção de 42 petroleiros, avaliada em US$ 1,9 bilhão.
Foram classificados os consórcios Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez Naval, Rio Naval (dos grupos Sermetal, Eisa e MPE), Rio Grande (Aker e Queiroz Galvão) e o Estaleiro Rio Grande (RS). Desses quatros, apenas o Rio Naval possui estaleiro já instalado. Os outros são os chamados "estaleiros virtuais", cujas bases ainda serão montadas, o que pode levar até 15 meses.
Essa modalidade está prevista no edital e foi alvo de críticas de estaleiros já instalados e do governo do Estado do Rio, onde se concentra a indústria naval do país. "Tal medida é de flagrante agressão contra a economia e as empresas existentes no Estado", afirmou em nota a Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio.
Sete consócios não foram habilitados para participar da licitação, que se dará por meio de carta-convite a ser enviada aos que foram selecionados. Desses, quatro têm base no Rio.
Logo após a divulgação do resultado, porém, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, divulgou uma nota, na qual informou que a diretoria da empresa se reunirá hoje para "avaliar os impactos e discutir a possibilidade de ampliar a lista de pré-qualificados" a participar da licitação.
Os grupos que não foram pré-qualificados tem até o dia 28 para recorrer. Mas o diretor do comercial do estaleiro Mauá-Jurong, José Roberto Simas, um dos desabilitados, disse que vai aguardar a decisão da diretoria.
Pelas regras da licitação, todos os navios têm de ser construídos no país e 65% dos materiais e serviços têm de ser comprados de empresas no país. A nacionalização foi uma das principais bandeiras da atual gestão do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, que sairá para se candidatar ao Senado por Sergipe.
Na pré-qualificação, foram avaliadas as propostas técnicas dos grupos e a situação econômico-financeiras deles.
Os primeiros 22 petroleiros devem estar prontos entre 2007 e 2010. Essa é a primeira concorrência para a compra de navios de grande porte realizada no Brasil desde 1988 e a maior de toda a história da companhia.


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