São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

"Não somos aproveitadores", afirma presidente da TAM

O desequilíbrio que existe hoje de oferta e de procura de vôos no mercado brasileiro de aviação, provocado pela crise da Varig, só deverá se normalizar a partir de 21 de setembro, com a primavera. Até lá, o passageiro ainda terá de conviver com alguns transtornos.
A previsão é do presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, ao comentar as críticas recebidas pela empresa de ter aproveitado a crise da Varig para aumentar os preços das tarifas.
Ele diz que a TAM não elevou os preços, apesar de admitir que o passageiro ficou com essa sensação. "A imagem do setor ficou muito ruim, mas não somos aproveitadores", diz.
Segundo Bologna, o grande problema ocorreu em julho. Os cancelamentos de vôos da Varig -a companhia tirou 32% de sua oferta no mercado doméstico e 29,6% no internacional- fizeram com que os serviços ficassem muito concentrados na TAM e na Gol. Como a procura já estava crescente, em julho ocorreu uma explosão.
Bologna explica que os passageiros só conseguiram comprar os bilhetes com as tarifas mais caras, já que as promocionais se esgotaram rapidamente. A TAM voou em julho com 82% de aproveitamento nos vôos do mercado doméstico, recorde histórico para a companhia.
De acordo com Bologna, esse recorde não o deixa feliz, já que significa que, em muitos vôos, passageiros tiveram que ficar no chão. O ideal, segundo ele, é que as companhias trabalhem com 70% a 75% de aproveitamento nos vôos, mas essa média só deverá ser atingida na primavera, quando as empresas terão recebido mais aviões.
A TAM, que possuía, em 30 de junho, 86 aviões, recebeu mais dois e, até o fim do ano, receberá mais oito. A Gol está recebendo dois aviões por mês e fecha o ano com uma frota de 62. A Varig chegou a trabalhar com seis aviões e anunciou na semana passada que irá voltar a operar com 18. "Tudo isso vai levar a um reequilíbrio da oferta e da demanda", diz Bologna. "Em 60 dias, a percepção do consumidor será de preços mais competitivos."
Bologna diz que, nesse período, o estresse aeroportuário também diminuirá. A Infraero deve implementar, nas próximas semanas, uma nova distribuição dos balcões de check-in. A TAM está pleiteando mais seis posições em Congonhas, dez em Guarulhos e três no Galeão, além de outras em Manaus e em Salvador.

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Laudo sobre incidente sai em até 90 dias

O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, diz que o laudo sobre o incidente da queda da porta da frente de um avião Fokker-100 da companhia deve sair nos próximos 90 dias.
Segundo ele, o laudo detectará se houve uma falha mecânica ou uma falha na operação. Bologna informou, no entanto, que não há indícios fortes de falha mecânica.
Bologna afirmou que, em razão do incidente, a TAM já tomou todas as providências necessárias de segurança para verificar o funcionamento de todos os equipamentos, principalmente as portas dos aviões. "Estamos seguros do nosso equipamento", diz.
Ele considerou o incidente grave, mas não quis antecipar as possíveis causas, embora especule-se no mercado que o problema tenha acontecido nas travas da porta.
Segundo o presidente, a TAM agirá com o máximo de transparência no caso, a exemplo do que aconteceu há dez anos, em 1996, quando outro Fokker-100 da empresa, no famoso vôo 402, caiu perto de Congonhas e matou 99 pessoas.
Até 2008, a TAM já anunciou que substituirá toda a frota de Fokker-100 por aviões mais modernos. Segundo ele, a decisão foi tomada antes do incidente, em junho. A idéia é se equipar com uma frota mais moderna para operar com custo mais baixo e ser mais competitiva no mercado.
Bologna reconhece, no entanto, o fato de a TAM ter ficado marcada como a companhia do Fokker-100. "A história da TAM foi muito feita com o equipamento."

PARCERIA COSTURADA
O negócio nasceu no ateliê, onde o estilista Ricardo Almeida contou ao empresário José Carlos Semenzato, da Microlins, que sonhava em criar uma faculdade que fosse referência mundial em moda. De sonho para a criação de sua versão adaptada, uma escola profissionalizante de corte e costura, na região leste de São Paulo, foram apenas alguns meses. Agora, os dois parceiros fecham os últimos pontos para a abertura do Instituto Ricardo Almeida em março de 2007. "Teremos módulos de seis meses e esperamos formar 500 alunos na primeira turma", diz Semenzato. "Não é um projeto de glamour. É trabalho. Vamos dar condições para a pessoa se empregar", afirma Almeida.

LUXO NACIONAL
O consultor de negócios Carlos Ferreirinha, especialista no segmento de luxo, participa da segunda edição do Fórum de Marketing de Curitiba, no UnicenP. Na palestra, Ferreirinha deve falar sobre a inserção de produtos e marcas de luxo no mercado brasileiro. Segundo o consultor, o Brasil é responsável por US$ 2,2 bilhões dos US$ 210 bilhões movimentados pelo mercado de luxo em todo o mundo.
TINO BRASILEIRO
Os executivos brasileiros têm atraído o mercado internacional. Empresas de recrutamento de executivos para alta direção têm procurado talentos do Brasil para trabalhar em companhias da Ásia, Europa, América do Norte e África. A Fesa Global Recruiters foi procurada por organizações do México Itália e Portugal. Já a consultoria britânica Michael Page passou a recrutar talentos para a Suíça e Mônaco. Além das especificações técnicas, o candidato precisa ter cidadania européia e fluência em inglês, francês e alemão.

TURISMO
Walfrido dos Mares Guia, ministro do Turismo, é o convidado do seminário Lide (Grupo de Líderes Empresariais), no dia 21, em São Paulo. A convite de João Dória Jr., ele falará a 300 empresários.

EUROPA
A ESPM lança, na terça-feira, seu novo curso de graduação em relações internacionais, que começa a partir de 2007. Durante o lançamento, será apresentada palestra com o professor da Universidade Antonio de Nebrija, na Espanha, David Cohén Vahnón, sobre os desafios e as oportunidades de negócios internacionais com a Europa. O evento será realizado no campus Rodolfo Lima Martensen, na Vila Mariana, em São Paulo.

BLACK LABEL
A LG Electronics investiu US$ 5 milhões em marketing para lançar no Brasil o Black Label Series, com dois modelos de celular, o Chocolate e o Black Safira, com tela LCD invisível, MP3 e câmera. Em 2005, quando foi lançado na Coréia do Sul, o Chocolate vendeu cerca de 400 mil unidades.


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