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Governo quer adiar leilão para incluir exigências a vencedoras e rede pública
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, enviou carta
ao presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Plínio de Aguiar Júnior,
em que pede o adiamento do
leilão de freqüências que podem ser usadas para o WiMax
(internet rápida sem fio).
Aguiar recebeu o documento
na quinta-feira.
Costa reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e com a ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, na última
quarta-feira e defendeu o adiamento do leilão por dois ou três
meses, até que sua equipe conclua o projeto de política pública de inclusão digital.
O pedido de adiamento será
examinado pelo conselho diretor da Anatel na próxima quarta-feira. A agência reguladora
pôs à venda quatro blocos de
freqüências correspondentes
às áreas de concessão das companhias telefônicas e mais oito
blocos de freqüências para
áreas menores.
As telefônicas foram proibidas de comprar freqüências
dentro de suas áreas de concessão, como forma de estimular a
entrada de novos competidores, mas a restrição reacendeu a
guerra entre elas, as TV por assinatura e a Embratel.
O ministro defende que o
edital seja modificado para incorporar mais exigências de cobertura do serviço e que parte
das freqüências à venda seja retirada do leilão e mantida como
reserva para a hipótese de o governo decidir implantar uma
rede pública de comunicação
sem fio.
Mais rigor
No entendimento do Ministério das Comunicações, o governo foi pouco rigoroso na
venda das licenças de telefonia
celular, e centenas de pequenos
municípios continuam sem cobertura do serviço porque as
companhias priorizam os centros urbanos.
O ministro, que é mineiro,
tem insistido em que metade
dos municípios de seu Estado
não tem serviço celular e que
não quer que a implantação das
redes sem fio fique ao sabor da
decisão das empresas.
Estados e prefeituras
Paralelamente à discussão
iniciada pelo Ministério das
Comunicações, alguns Estados
se movimentam para obter
uma faixa de freqüência entre
as leiloadas pela Anatel, para a
construção de uma rede pública de internet sem fio para interligar escolas, delegacias,
hospitais e órgãos da administração pública.
Essas redes podem reduzir
custos para a administração
pública, pois não seria mais necessário pagar pelo acesso à internet e a interligação dos computadores das diferentes repartições. Além disso, o uso da telefonia via internet poderia reduzir os gastos com centrais e
ligações telefônicas.
O movimento começou por
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, segundo Juarez
Lopes, gerente de redes da empresa de processamento de dados do governo catarinense.
Segundo ele, algumas prefeituras também participam da
discussão. Os Estados gostariam de ter as licenças para as
freqüências gratuitamente,
mas admitem formar um consórcio para disputar o leilão.
O movimento é visto como
uma ameaça de reestatização
pelas empresas de telecomunicações.
Elas lembram que, antes da
criação da Telebrás, muitas
companhias telefônicas eram
municipais e as prefeituras não
tinham dinheiro para acompanhar as inovações tecnológicas.
Dizem que o mesmo pode ocorrer com as redes de internet
sem fio.
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