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Gol, Unibanco e Embraer se destacam
Ações das empresas subiram nos pregões de maior turbulência; notícias e expectativas de resultados as favoreceram
Para analista, papéis das
companhias que são boas
pagadoras de dividendos
podem ser uma opção em
momentos de turbulência
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Das cinco ações domésticas
que melhor reagiram quando
estourou a crise no mercado de
hipotecas nos Estados Unidos,
em julho, três também estão
entre os papéis que mais subiram durante o tombo que a Bolsa de Valores de São Paulo levou na quinta-feira da semana
passada.
Com o receio de investidores
de a liqüidez encolher, a Bovespa ainda fechou o último pregão da semana com desvalorização de 1,48%.
As três ações que constam da
lista dos cinco papéis do índice
Ibovespa que mais se destacaram tanto no dia 26 de julho
quanto no dia 9 de agosto são
Gol PN, Embraer ON e Unibanco UNT. Nos pregões daqueles
dois dias, o principal índice
acionário da Bolsa de Valores
de São Paulo teve perdas superiores a 3%.
Para alguns analistas, porém,
a alta dessas ações não indica
necessariamente que investidores buscaram nelas papéis
mais defensivos com relação à
crise. O desempenho positivo
desses papéis decorreu de notícias e expectativas em relação
aos resultados financeiros das
empresas que estavam para ser
divulgados.
Resultados
Foi o caso principalmente de
Gol e Unibanco, que anunciaram resultados operacionais do
segundo trimestre deste ano na
semana passada.
A Embraer anunciou o fechamento de novos contratos com
companhias regionais da Ásia e
da Europa.
Apesar da crise no setor aéreo, na quinta-feira passada as
ações do Ibovespa que mais subiram foram as preferenciais
da Gol PN, com alta de 2,54%, e
as preferenciais da TAM SA,
que registraram valorização de
2,51%. Os dois papéis foram seguidos pelos da Embraer, que
encerraram com uma valorização de 0,85%.
"Analistas esperavam queda
maior nas margens operacionais da Gol. Em razão do acidente, havia preocupação com
queda na venda de passagens e
aumento de custos a médio
prazo", lembra Renato Onishi,
analista de renda variável da
HSBC Corretora.
Como costuma ocorrer nos
momentos de maior nervosismo, investidores, principalmente estrangeiros, venderam
ações mais líquidas, como as da
Companhia Vale do Rio Doce e
da Petrobrás.
Dividendos
Papéis de empresas que sejam boas pagadoras de dividendos podem ser uma saída para
momentos de maior volatilidade, segundo Onishi, da HSBC
Corretora. "Eles podem reduzir as perdas", avalia.
Para o consultor Luiz Antonio Vaz das Neves, ações que
paguem bons dividendos podem não se revelar defensivas
se tiverem ADRs (recibos de
ações de empresas estrangeiras
negociados no mercado dos Estados Unidos).
"Papéis com ADRs são os
mais prejudicados porque estrangeiros os vendem na turbulência", afirma.
Segundo o consultor, a Bolsa
brasileira está cara, e os investidores deverão avaliar melhor
se seus objetivos financeiros
são de médio a longo prazo,
além de rever os fundamentos
das empresas.
"Há papéis que foram sobrevalorizados na abertura de capital. Os que não tiverem fundamento vão cair", afirmou.
Neves, da KNA Consultores,
lembra que a Bolsa ainda não
está na baixa, e recomenda cuidado no curto prazo. "Quem
entrou no começo deste ano,
ainda está no lucro. A Bolsa tem
alta de 18,36% em 2007, e
43,4% nos últimos 12 meses."
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