São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

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Gol, Unibanco e Embraer se destacam

Ações das empresas subiram nos pregões de maior turbulência; notícias e expectativas de resultados as favoreceram

Para analista, papéis das companhias que são boas pagadoras de dividendos podem ser uma opção em momentos de turbulência

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Das cinco ações domésticas que melhor reagiram quando estourou a crise no mercado de hipotecas nos Estados Unidos, em julho, três também estão entre os papéis que mais subiram durante o tombo que a Bolsa de Valores de São Paulo levou na quinta-feira da semana passada.
Com o receio de investidores de a liqüidez encolher, a Bovespa ainda fechou o último pregão da semana com desvalorização de 1,48%.
As três ações que constam da lista dos cinco papéis do índice Ibovespa que mais se destacaram tanto no dia 26 de julho quanto no dia 9 de agosto são Gol PN, Embraer ON e Unibanco UNT. Nos pregões daqueles dois dias, o principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo teve perdas superiores a 3%.
Para alguns analistas, porém, a alta dessas ações não indica necessariamente que investidores buscaram nelas papéis mais defensivos com relação à crise. O desempenho positivo desses papéis decorreu de notícias e expectativas em relação aos resultados financeiros das empresas que estavam para ser divulgados.

Resultados
Foi o caso principalmente de Gol e Unibanco, que anunciaram resultados operacionais do segundo trimestre deste ano na semana passada.
A Embraer anunciou o fechamento de novos contratos com companhias regionais da Ásia e da Europa.
Apesar da crise no setor aéreo, na quinta-feira passada as ações do Ibovespa que mais subiram foram as preferenciais da Gol PN, com alta de 2,54%, e as preferenciais da TAM SA, que registraram valorização de 2,51%. Os dois papéis foram seguidos pelos da Embraer, que encerraram com uma valorização de 0,85%.
"Analistas esperavam queda maior nas margens operacionais da Gol. Em razão do acidente, havia preocupação com queda na venda de passagens e aumento de custos a médio prazo", lembra Renato Onishi, analista de renda variável da HSBC Corretora.
Como costuma ocorrer nos momentos de maior nervosismo, investidores, principalmente estrangeiros, venderam ações mais líquidas, como as da Companhia Vale do Rio Doce e da Petrobrás.

Dividendos
Papéis de empresas que sejam boas pagadoras de dividendos podem ser uma saída para momentos de maior volatilidade, segundo Onishi, da HSBC Corretora. "Eles podem reduzir as perdas", avalia.
Para o consultor Luiz Antonio Vaz das Neves, ações que paguem bons dividendos podem não se revelar defensivas se tiverem ADRs (recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no mercado dos Estados Unidos).
"Papéis com ADRs são os mais prejudicados porque estrangeiros os vendem na turbulência", afirma.
Segundo o consultor, a Bolsa brasileira está cara, e os investidores deverão avaliar melhor se seus objetivos financeiros são de médio a longo prazo, além de rever os fundamentos das empresas.
"Há papéis que foram sobrevalorizados na abertura de capital. Os que não tiverem fundamento vão cair", afirmou.
Neves, da KNA Consultores, lembra que a Bolsa ainda não está na baixa, e recomenda cuidado no curto prazo. "Quem entrou no começo deste ano, ainda está no lucro. A Bolsa tem alta de 18,36% em 2007, e 43,4% nos últimos 12 meses."


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