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Petrobras será minoritária em petroquímica
Empresa que será criada para integrar os ativos de produção do setor no Sudeste será controlada pelo grupo privado Unipar
Anúncio, feito ontem, afasta temor de reestatização do setor, que surgiu depois
da compra da Suzano pela Petrobras, no início do mês
Renato Stockler - 04.abr.07/Folha Imagem
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Funcionários em refinaria da Petrobras em Mauá (SP); estatal pagou R$ 2,7 bilhões pela Suzano |
DA SUCURSAL DO RIO
A estatal Petrobras e a Unipar pretendem se unir para
criar a CPS (Companhia Petroquímica do Sudeste), que terá o
grupo privado como acionista
majoritário. As duas empresas
divulgaram fato relevante ontem no qual dizem que já começaram as negociações para a
criação da empresa, que terá
como objetivo integrar os ativos de produção de resinas termoplásticas e petroquímicos
básicos na região Sudeste.
A princípio, o anúncio afasta
o temor de reestatização do setor petroquímico que surgiu
depois da compra da Suzano
Petroquímica pela Petrobras,
há pouco mais de uma semana.
A estatal pagou R$ 2,7 bilhões
pela empresa e assumiu dívida
de R$ 1,4 bilhão, preço considerado alto por analistas.
A Suzano e a Unipar são as
principais petroquímicas do
Sudeste e a expectativa do setor
era que as duas se fundissem
para criar uma grande companhia na região. A união faria
parte do processo de consolidação do setor petroquímico, que
passaria a ser dominado por
duas ou três grandes empresas,
que tivessem escala e fossem
capazes de competir internacionalmente. O primeiro passo
desse processo foi dado no início desta década com a criação
da Braskem, que domina a petroquímica nas regiões Nordeste e Sul. Faltava o Sudeste.
Nesse modelo, a Petrobras
teria participação relevante,
mas não majoritária nas novas
empresas -a estatal é acionista
da Braskem. Como a Petrobras
é a principal fornecedora de
matéria-prima para o setor, havia o temor que a reestatização
no Sudeste desequilibrasse a
concorrência com as demais
companhias. A estatal já havia
ampliado sua presença no setor
com a compra do grupo Ipiranga, por US$ 4 bilhões, em conjunto com Braskem e Ultra, no
início deste ano.
Participação acionária
O comunicado não revela
qual será o percentual do grupo
privado na nova companhia. Na
semana passada, o presidente
da Unipar, Roberto Garcia, disse que pretendia ficar com 60%
do capital. Segundo a nota de
ontem, a Petrobras terá "papel
relevante" como acionista.
Dentro de 90 dias, as empresas fecharão um acordo de investimento prevendo as condições de criação da CPS. Até lá,
será feita a avaliação de ativos
da Suzano e da Unipar. Procuradas pela reportagem, as empresas não se pronunciaram.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) investiga a possibilidade de vazamento de informações da operação em razão da grande movimentação
dos papéis da Suzano nos dias
que antecederam o anúncio da
aquisição. Não é a primeira vez
que a CVM investiga o vazamento de informações em uma
operação envolvendo a Petrobras neste ano. Em março, a autarquia iniciou investigações
sobre a compra da Ipiranga.
O comunicado afirma ainda
que serão reconhecidos os direitos da Unipar, da Petrobras e
dos demais signatários do acordo de acionistas da Petroquímica União, Petroflex e Rio Polímeros de adquirir ações das
mesmas empresas em decorrência da compra da Suzano
pela Petrobras.
A Unipar atua com foco no eixo Rio-São Paulo e concentra
seus principais ativos no Pólo
Petroquímico de São Paulo, localizado na região do ABC, onde tem a Petroquímica União e
Polietilenos União. A empresa
atua na produção de petroquímicos básicos e de resinas. Segundo a Unipar, a escolha da região Sudeste se deve à concentração do maior mercado consumidor de petroquímicos.
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