Especialistas vêem risco de país entrar em recessão

DA REDAÇÃO

O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão se contraiu em 0,6% no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, sinalizando que a segunda maior economia mundial está caminhando para uma recessão, após seu maior período de crescimento desde a Segunda Guerra. Na taxa anualizada, o recuo foi de 2,4%.
Os dados divulgados pelo governo japonês mostram que a desaceleração da economia mundial afetou as exportações do país, que recuaram 2,3% de abril a junho, a primeira queda em três anos e a maior desde 2001, quando também enfrentava uma recessão.
Na semana passada, a Toyota, por exemplo, disse que seu lucro no trimestre teve o maior recuo em cinco anos, devido à queda nas vendas de veículos utilitários esportivos e camionetes no mercado dos EUA.
O aumento mundial nos preços dos alimentos e dos combustíveis também afetou o gasto dos consumidores (que no caso japonês representa mais da metade do PIB), com uma queda de 0,5% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. A inflação ao produtor chegou no mês passado ao seu nível mais alto em 27 anos.
O último recuo no PIB japonês foi no segundo trimestre de 2007, seguido por nove meses seguidos de expansão. Os dados do primeiro trimestre também foram revistos e apontam crescimento de 0,8% ante os três últimos meses do ano passado. Inicialmente, o governo informou que o PIB se expandiu em 1% de janeiro a março.
O premiê Yasuo Fukuda afirmou nesta semana que a situação econômica é "severa" e que pretende anunciar ainda neste mês medidas para ajudar empresas e consumidores a enfrentarem os altos preços da energia. Na semana passada, o governo disse que a economia está "se deteriorando", reconhecendo, pela primeira vez, que a maior expansão experimentada pelo país no pós-guerra deve ter chegado ao fim.
O governo japonês baseia sua avaliação no índice corrente, seu mais amplo indicador do estado de saúde da economia. A economia do país asiático cresceu ao ritmo anualizado de aproximadamente 2,2%, em média, durante o período de seis anos de expansão que teve início em fevereiro de 2002.