São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Gol pretende eliminar sobreposição de rotas

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, afirmou que espera obter até o final do terceiro trimestre a aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para o pedido de junção de Gol e Varig em uma única companhia, mas com marcas diferentes. Segundo Oliveira Júnior, uma das providências que serão tomadas é a eliminação da sobreposição de rotas das companhias em destinos menos rentáveis.
"Estamos há mais de um ano oferecendo a opção da Varig como serviço premium. A demanda tem reagido de maneira muito clara em alguns mercados. Em outros, nem tanto. Em alguns casos, o consumidor quer o diferencial, mas não está disposto a pagar por isso. Esses pontos farão parte da nossa análise", disse. Na prática, a medida significa menos opção para o passageiro nas rotas consideradas menos rentáveis.
Oliveira Júnior reconheceu que a junção deverá resultar em menor participação de mercado. Segundo ele, o foco hoje é recuperar a rentabilidade.
A Gol estimou em R$ 180 milhões os ganhos com a reestruturação das empresas, com a integração dos conjuntos das rotas de Gol e Varig, o uso comum de estoque e peças de reposição, a integração do sistema de venda de passagens e com a possibilidade de usar aviões da Gol para operar trechos da Varig e vice-versa.
O presidente da Gol evitou dar detalhes sobre as mudanças no funcionamento das duas empresas, como o uso das milhas do programa Smiles e a padronização de balcões nos aeroportos, mas afirmou que ela informará os clientes assim que obtiver a autorização do órgão regulador. Segundo ele, já está definido que as duas marcas serão mantidas. Além disso, ele afirmou que um passageiro com bilhete Varig poderá viajar em vôo da Gol se assim preferir.
Oliveira Júnior negou que estaria sendo pressionado para deixar a presidência da Gol: "Não estou sabendo de absolutamente nada. A gente tem trabalhado o dobro do tempo normal. Se existe alguma possibilidade, não estou sabendo".
Segundo analistas, as empresas de baixo custo e baixa tarifa têm sido especialmente punidas pela alta no preço do combustível porque têm menos margem para cortar custos e também não podem elevar de forma expressiva o preço dos bilhetes sob o risco de se equiparar à tarifa das empresas que oferecem serviço diferenciado.
"A Gol não tem muito onde espremer e também não pode aumentar muito o preço", diz Caio Dias, do Santander. (JL)


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