São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Anglo investirá US$ 3,4 bi em mina comprada da MMX

Eike permanece no Conselho de Administração

DA SUCURSAL DO RIO

Concluída a aquisição da MMX, a Anglo American anunciou ontem investimentos de US$ 3,4 bilhões nos projetos de mineração da companhia em Minas Gerais e no Amapá, que levarão as duas unidades a produzir 26,6 milhões e 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro, respectivamente.
Segundo o presidente da Anglo Ferrous Brazil (nome com que a MMX foi rebatizada), Bernie Pryor, os recursos são suficientes para atingir esses níveis de produção, mas a companhia já estuda "expansões futuras". Está em análise, diz, duplicar o projeto Minas-Rio, que deve entrar em operação em 2010 -a extração já teve início no Amapá. Não foram, porém, definidos os investimentos na ampliação de capacidade.
Pryor será o principal executivo da companhia no país, mas Eike Batista, ex-dono e fundador da MMX, foi mantido no cargo de presidente do Conselho de Administração da Anglo Ferrous. Indagado se havia constrangimento em ter um executivo investigado pela Polícia Federal no posto, Pryor respondeu: "Ele foi nomeado presidente do Conselho. Caso não confiássemos nele, não estaria nessa posição."
O executivo afirmou ainda que não pesam "evidências" sobre Eike -investigado pela PF por suposta fraude na licitação de uma ferrovia no Amapá, responsável pela logística do sistema de produção da Anglo Ferrous no Estado.
Após quase seis meses de indefinição, o acordo de venda da MMX foi fechado no começo deste mês, por US$ 5,5 bilhões -a maior aquisição já realizada pela Anglo American no mundo. A cifra inclui ainda o gasto com uma oferta pública de ações em poder de minoritários (36,5% do capital), que será lançada em setembro.
Atualmente, a Anglo American é a quarta maior mineradora de ferro do mundo -atrás da Vale, da Rio Tinto e da BHP. A empresa produz 30 milhões de toneladas, por meio da subsidiária sul-africana Kumba Mineração, que opera uma mina com o mesmo nome.
A estratégia da companhia é tornar o Brasil a principal plataforma de produção de minério de ferro do grupo, ao lado da África do Sul. Para tal, estão nos planos a expansão da produção das atuais minas e novas aquisições, segundo Pryor.
Ao todo, a Anglo Ferrous vai empregar 2.250 pessoas no país até 2010 -1.400 somente no projeto Minas-Rio. Atualmente, o grupo já conta com 4.200 funcionários no país em suas outras atividades.
A Anglo American já possui minas de níquel, fosfato e nióbio em Goiás e uma fábrica de fertilizantes em São Paulo. Investe US$ 1,6 bilhão na abertura de mais uma mina de níquel, também em Goiás. Batizado de Barro Alto, o empreendimento produzirá 36 mil toneladas de níquel a partir de 2011.
(PEDRO SOARES)


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