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Anglo investirá US$ 3,4 bi em mina comprada da MMX
Eike permanece no Conselho de Administração
DA SUCURSAL DO RIO
Concluída a aquisição da
MMX, a Anglo American anunciou ontem investimentos de
US$ 3,4 bilhões nos projetos de
mineração da companhia em
Minas Gerais e no Amapá, que
levarão as duas unidades a produzir 26,6 milhões e 6,5 milhões de toneladas de minério
de ferro, respectivamente.
Segundo o presidente da Anglo Ferrous Brazil (nome com
que a MMX foi rebatizada),
Bernie Pryor, os recursos são
suficientes para atingir esses
níveis de produção, mas a companhia já estuda "expansões futuras". Está em análise, diz, duplicar o projeto Minas-Rio, que
deve entrar em operação em
2010 -a extração já teve início
no Amapá. Não foram, porém,
definidos os investimentos na
ampliação de capacidade.
Pryor será o principal executivo da companhia no país, mas
Eike Batista, ex-dono e fundador da MMX, foi mantido no
cargo de presidente do Conselho de Administração da Anglo
Ferrous. Indagado se havia
constrangimento em ter um
executivo investigado pela Polícia Federal no posto, Pryor
respondeu: "Ele foi nomeado
presidente do Conselho. Caso
não confiássemos nele, não estaria nessa posição."
O executivo afirmou ainda
que não pesam "evidências" sobre Eike -investigado pela PF
por suposta fraude na licitação
de uma ferrovia no Amapá, responsável pela logística do sistema de produção da Anglo Ferrous no Estado.
Após quase seis meses de indefinição, o acordo de venda da
MMX foi fechado no começo
deste mês, por US$ 5,5 bilhões
-a maior aquisição já realizada
pela Anglo American no mundo. A cifra inclui ainda o gasto
com uma oferta pública de
ações em poder de minoritários
(36,5% do capital), que será
lançada em setembro.
Atualmente, a Anglo American é a quarta maior mineradora de ferro do mundo -atrás da
Vale, da Rio Tinto e da BHP. A
empresa produz 30 milhões de
toneladas, por meio da subsidiária sul-africana Kumba Mineração, que opera uma mina
com o mesmo nome.
A estratégia da companhia é
tornar o Brasil a principal plataforma de produção de minério de ferro do grupo, ao lado da
África do Sul. Para tal, estão nos
planos a expansão da produção
das atuais minas e novas aquisições, segundo Pryor.
Ao todo, a Anglo Ferrous vai
empregar 2.250 pessoas no país
até 2010 -1.400 somente no
projeto Minas-Rio. Atualmente, o grupo já conta com 4.200
funcionários no país em suas
outras atividades.
A Anglo American já possui
minas de níquel, fosfato e nióbio em Goiás e uma fábrica de
fertilizantes em São Paulo. Investe US$ 1,6 bilhão na abertura de mais uma mina de níquel,
também em Goiás. Batizado de
Barro Alto, o empreendimento
produzirá 36 mil toneladas de
níquel a partir de 2011.
(PEDRO SOARES)
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