A crise econômica colocou em xeque a posição do dólar como padrão monetário para o comércio internacional. Em meio a esse debate, o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV, chega a uma conclusão em carta que será publicada na revista "Conjuntura Econômica" na próxima semana: os Estados Unidos perderam força como consumidores globais, mas sua moeda se mantém como porto seguro para trocas comerciais e reservas de valor.
Segundo o diretor do Ibre, Luiz Schymura, um dos motivos que fortalecem o dólar como moeda é a resposta que os Estados Unidos deram à crise. Para ele, a punição de pessoas acusadas de fraudes financeiras, como o ex-presidente da Nasdaq Bernard Madoff, preso por fraude e lavagem de dinheiro, mostra que a economia americana é sólida.
"Apesar de a crise ter começado nos Estados Unidos, todos mandaram seus recursos para lá quando houve uma situação de incerteza", afirma Schymura, em referência ao movimento de valorização do dólar iniciado após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008.
O que vai mudar no mundo pós-crise é a posição dos Estados Unidos como grande consumidor global, afirma Schymura. Isso provocará uma perda gradativa da importância econômica dos Estados Unidos para o mundo e aumentará a de outros países, como o Brasil.
Segundo o economista, a consequência dessa mudança geopolítica pós-crise é a continuidade da desvalorização do dólar em relação a outras moedas internacionais.

ESTETOSCÓPIO

Heráclito de Brito Júnior, presidente da Bradesco Saúde, acaba de inaugurar salas VIP nos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. Os novos espaços fazem parte de um projeto lançado pela empresa no ano passado para oferecer serviço diferenciado a seus clientes contratantes de planos executivos corporativos, que Brito Júnior chama de "concierge" em saúde. O atendimento VIP vai desde o agendamento de internação no exterior até a importação de medicamentos. "O "concierge" começou em São Paulo e no Rio, mas já estudamos expandir pelo país", afirma o presidente.

DESCENTRALIZADO

Depois de ampliar de 70 para 500 o número de associados em pouco mais de um ano, o WTC Clube de Negócios aposta na descentralização para continuar sua expansão. O clube de empresários acaba de abrir uma unidade em Belo Horizonte e pretende criar outras duas, em Curitiba e Porto Alegre. Neste ano, a entidade também quer intensificar a parceria com os outros 300 clubes do WTC no mundo para promover eventos internacionais.

NOMENCLATURA
O IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) mudará de nome e de marca. A apresentação será no dia 24, no Encontro Nacional da Siderurgia (SP), com as presenças de Dilma Rousseff e José Serra.

TERCEIRA DIMENSÃO
A Absolut Technologies, especializada em tecnologia 2D e 3D, firmou parceria com a fabricante de placas gráficas Nvidia. A expectativa da empresa é crescer 20% neste ano.

SEM CRISE
Mais um sintoma do fim da crise: Guido Mantega e os empresários decidiram ontem mudar o nome do Grupo de Acompanhamento da Crise para Grupo de Acompanhamento da Competitividade. O objetivo é retomar a agenda pré-crise.

INVESTIMENTO
Os fundos de investimentos para regimes próprios de previdência social da Caixa Econômica Federal registraram mais de R$ 8,5 bilhões de recursos administrados e 2.000 cotistas no país.

NA LISTA
A Vale foi líder mundial no ranking de mudanças climáticas recém-publicado pelo Goldman Sachs. Segundo o banco, a empresa gera suas emissões de forma mais efetiva. Foram analisados relatórios de 800 companhias.

ALVO
A Estrela fechou uma parceria com o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) para lançar, em setembro, uma versão da boneca Susi no "Alvo da Moda", em campanha contra o câncer de mama.

ÂNCORA
Eike Batista está preparando mais um lançamento na Bovespa. Trata-se de uma empresa de estaleiro. O nome ainda não está definido. Tudo leva a crer que a sede será no Rio ou em Santa Catarina. A expectativa de Eike é arrecadar US$ 3 bilhões na Bolsa.

SAFÁRI
Uma missão brasileira está na África do Sul nesta semana para observar as ações feitas para sediar a Copa 2010. Entre os participantes, estão Julio Bin (Santander), Dival Schmidt Filho (Sebrae) e Olitha Lebelo (Consulado da África do Sul). A missão resulta de seminário sobre desenvolvimento do turismo promovido por Sebrae e Santander em março.

VOLTA ÀS AULAS
O GV Law, programa da FGV, promove amanhã debate sobre riscos e oportunidades do direito em um cenário de transição econômica. O evento marca o início das aulas na Direito GV.

BASTÃO
Josué Gomes da Silva deixará a presidência do Iedi. Os mais cotados para substituí-lo são Pedro Passos (Natura) e Décio da Silva (WEG).

TEQUILA
Os investimentos mexicanos no Brasil cresceram 20% no primeiro semestre ante o mesmo período de 2008, segundo a Asemexbra (Associação Empresarial Mexicana no Brasil). A expectativa da entidade, que vai participar da recepção ao presidente Felipe Calderón, é que o número suba 30% até o fim do ano. Desde 2004, a Asemexbra intermediou mais de US$ 17 bilhões em investimentos diretos no Brasil.

CANAL
Paulo Bastos Cruz, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Panamá, e Maria Estela De La Guardia Donatti, embaixadora do Panamá, viajam na próxima semana ao Panamá para receber 70 empresários brasileiros, coordenados por Miguel Jorge (Desenvolvimento).