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Inadimplência avança menos no segundo semestre
Reação da economia, confiança dos consumidores e queda dos juros, que voltaram ao patamar de 2007, explicam calote menor
Pagamentos em atraso tiveram alta de 9,9% no acumulado do ano até julho, mas ritmo de avanço da inadimplência perde fôlego
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A inadimplência dos consumidores, que atingiu níveis recordes nos últimos meses devido aos efeitos no Brasil da crise
econômica internacional, dá
mostras de arrefecimento neste início do segundo semestre.
Segundo a Serasa Experian, o
calote em créditos parcelados
cresceu 9,9% no acumulado de
2009 até julho na comparação
com o mesmo período de 2008
-essa é a menor elevação acumulada no ano desde fevereiro.
A taxa de cheques devolvidos
teve ligeiro aumento neste mês,
para 1,9%, mas o seu patamar é
bastante inferior ao registrado
no primeiro semestre, quando
até superou 3%.
A melhoria observada recentemente se explica por três fatores: o início da recuperação
da economia brasileira, a retomada da confiança por trabalhadores e empresas e a diminuição da taxa básica de juros
pelo Banco Central, a qual lentamente tem sido repassada
aos empréstimos.
De acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), os juros
médios nas operações de crédito para pessoa física caíram para 7,21% ao mês em julho, os
menores desde dezembro de
2007. Para pessoa jurídica, recuaram a 4,06% ao ano.
Outras condições dos financiamentos, como os prazos,
também ficaram mais favoráveis, estimulando os consumidores a voltar a emprestar. Em
um primeiro momento, para
cobrir dívidas mais caras; agora, afirmam os especialistas,
novamente para adquirir bens.
Pelo levantamento da ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo), a demanda por crédito
avançou 1% neste mês no país.
Os bancos têm dito que a diminuição da inadimplência fará os juros recuarem mais; porém, os tomadores de empréstimos precisam ser cuidadosos,
alertam os analistas. "As taxas
ainda são altas. Deve-se evitar a
tentação das modalidades mais
acessíveis e caras, como cheque
especial e cartão de crédito, e o
endividamento excessivo, pois
o país apenas começou a se reaquecer", frisa Carlos Henrique
de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian.
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