São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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Inadimplência avança menos no segundo semestre

Reação da economia, confiança dos consumidores e queda dos juros, que voltaram ao patamar de 2007, explicam calote menor

Pagamentos em atraso tiveram alta de 9,9% no acumulado do ano até julho, mas ritmo de avanço da inadimplência perde fôlego

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência dos consumidores, que atingiu níveis recordes nos últimos meses devido aos efeitos no Brasil da crise econômica internacional, dá mostras de arrefecimento neste início do segundo semestre.
Segundo a Serasa Experian, o calote em créditos parcelados cresceu 9,9% no acumulado de 2009 até julho na comparação com o mesmo período de 2008 -essa é a menor elevação acumulada no ano desde fevereiro.
A taxa de cheques devolvidos teve ligeiro aumento neste mês, para 1,9%, mas o seu patamar é bastante inferior ao registrado no primeiro semestre, quando até superou 3%.
A melhoria observada recentemente se explica por três fatores: o início da recuperação da economia brasileira, a retomada da confiança por trabalhadores e empresas e a diminuição da taxa básica de juros pelo Banco Central, a qual lentamente tem sido repassada aos empréstimos.
De acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), os juros médios nas operações de crédito para pessoa física caíram para 7,21% ao mês em julho, os menores desde dezembro de 2007. Para pessoa jurídica, recuaram a 4,06% ao ano.
Outras condições dos financiamentos, como os prazos, também ficaram mais favoráveis, estimulando os consumidores a voltar a emprestar. Em um primeiro momento, para cobrir dívidas mais caras; agora, afirmam os especialistas, novamente para adquirir bens. Pelo levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a demanda por crédito avançou 1% neste mês no país.
Os bancos têm dito que a diminuição da inadimplência fará os juros recuarem mais; porém, os tomadores de empréstimos precisam ser cuidadosos, alertam os analistas. "As taxas ainda são altas. Deve-se evitar a tentação das modalidades mais acessíveis e caras, como cheque especial e cartão de crédito, e o endividamento excessivo, pois o país apenas começou a se reaquecer", frisa Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian.


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